Ele, como sempre, é o primeiro a levantar, e vai direto para o banheiro. Nem um “bom dia” ela ganho daquele homem. Demi continuou deitada na cama, pensando em como sua vida era perfeita quando existia amor entre eles.
Antes, quando o relógio despertava, era Joe que o desligava.
- Que praga de relógio! Justo quando estou com a minha linda ele tem que fazer barulho?- a partir daí, o dia de Demi ficava perfeito. – Bom dia, meu amor!
- Bom dia! – disse Demi sorrindo.
- O que acha de ficarmos nessa cama até o anoitecer?
- Acho uma ótima ideia. – e ali ficavam até alguém ligar para um dos dois, avisando-os que estavam atrasados.
Hoje, Joe é o primeiro a sair para o trabalho.
Enquanto Joe tomava o banho dele, Demi ia preparar o café. Ele desceu as escadas praguejando.
- Vou ter que comprar outro chuveiro, aquele está um horror! Será que pode fazer isso, Demetria? – Antes, era “Demizita”, “Meu amor”, “meu sol”, “rainha”; agora é “Demetria” seco. Demi pensava lamentando.
- Claro, eu compro. Qual você prefere?
- Qualquer um, desde que funcione! – tomou um último gole de café. - Tenho que ir.
Nem um beijo, um selinho, nem um “Tchau” Demi ganhou, seu dia parecia ficar um caos.
Demi é estilista e ganha muito bem. Não precisa ficar na aba de um marido lindo e advogado. Se é isso que pensam!Demi está com ele porque o ama.
Chegou ao prédio onde ficava sua empresa e todos lhe davam “bom dia” ou cumprimentavam-na. Ela apenas balançava a cabeça.
- Selly - sua sócia e melhor amiga.- Será que pode vir a minha sala agora? Precisamos conversar.
- July - sua secretária - Não quero que nos interrompam.
- Tudo bem, Sra. Demetria.
Selly já entrou na sala se queixando.
- Nem um “boa dia, cachorrinho!” eu ganho?
- Bom dia, minha amiga! Como foi sua noite? - estava sendo irônica.
- Muito bem e a sua?
- Minha noite foi mais ou menos, agora minha manhã foi péssima.
- Culpa do Joseph?
- Sempre.
- Não entendo porque ainda está com esse homem. Ele te trata igual ao chinelo; chinelo esse que usou e quando estava bem gasto deixou debaixo da cama solitário.
- Espero que seja um chinelo fashion, pelo menos.- brincou a moça - Agora é sério: te chamei aqui porque temos que criar novos modelos, quer dizer, tínhamos, pois eu criei alguns e gostaria que os outro entrassem na mesma linha.
- Tudo bem, eu já entendi! O que você criou?
Demi mostrou os seus novos modelos para Selly e ela estava amando-os. Era para a linha de inverno. Todos os modelos femininos quem criava era Demi, e Selly se encarregava de dar as ordens por lá. Ela era tão simpática que mesmo ela sendo durona, o pessoal a amava.
- Bom, está um pouco em cima, mas eu vejo o que posso fazer. Falando nisso, temos que contratar mais costureiras. – Demi parecia não gostar da ideia. - Eu sei que a nossa renda está apertada, mas eu preciso. Não posso trabalhar assim, é sério!
- Tudo bem, eu vou conversar com a Miley – sua melhor amiga e administradora - e veremos o que poderá ser feito.
- Ótimo! Eu sei que vai fazer alguma coisa.
Assim que Selly saiu ela chamou a July.
- Senhora Demetria, tem um homem querendo falar com a você no telefone, ele disse que é importante.
- Pode passar.
O telefone tocou e eu atendi.
- Demetria Jonas.
- Sra. Jonas, aqui é Jonh Baker, sou do banco onde a Senhora. tem uma conta conjunta com o senhor Jonas.
- Sim.- confirmou, achando estranho aquela ligação.
- Ele pediu um valor de cem mil, eu preciso da autorização da senhora para... – Demi interrompeu.
- Cem mil! Para que Joseph precisa de cem mil?
- Segundo ele, para fazer obras.
- Obras? Nossa casa está impecável, acabamos de reformar a parte de trás, o que mais ele quer?
- Desculpe, a Senhora que devia saber.
- Desculpe, Sr.Baker , eu me descontrolei. Quem ele mandou pegar o dinheiro?
- Mandou a secretária.
- Muito bem, peça a secretária que mande-o falar comigo, enquanto ele não disser exatamente para que ele quer cem mil, eu não dou a autorização.
- Muito obrigado, passe bem. – desligou.
Um pouco antes de seu almoço, July entrou na sala de Demi.
- O Sr. Jonas está enfurecido ao telefone.
- Ele vai saber o que é enfurecer. – pegou o telefone brava - Diga!
- Por que não deu a autorização?
- Para que quer cem mil? Que diabo de obra é essa?
- Obra que obra?
- O que vai fazer com cem mil? - repeti minha pergunta.
- Não interessa!
- Claro que me interessa! Uma vez que o dinheiro também é meu, mereço saber para onde ele vai.
- O dinheiro não é só seu.
- Pare de me enrolar e diga: para que os cem mil?
- Para a minha empresa. Eu estou falindo e preciso reerguê-la. - Joseph nunca lhe disse que estava falindo. Claro, ele nunca fala com ela.
- Nunca me contou.
- Vai autorizar?
- Cem mil é muito.
- Mas é o que eu preciso.
- Tudo bem, eu autorizo.
- Então ligue para o banco e...
- Agora eu não posso.
- Demetria, é importante.
- Tudo bem, eu ligo.- disse se rendendo.
- Então preciso desligar.
- Joe, eu... – tarde demais, ele já havia desligado.
Essa história estava muito mal contada. Cem mil é muito dinheiro! Pensava Demi.
Miley se aproximou.
- Desculpe, Demi. Eu sei que me chamou, mas eu não tive tempo, cheguei tarde e...
- Tudo bem, Mi. Depois do almoço, podemos ter uma reunião? Selly me pediu algo, quero ver o que pode ser feito.- Na curiosidade Demi perguntou - Miley, para reerguer uma empresa falida, precisa de cem mil?
- Demi, cem mil você monta uma empresa nova. Até sobra.
- Meu Deus!
- O que foi?
- Joseph, quer tirar cem mil da nossa conta conjunta e disse que precisa reergue sua empresa que está à beira da falência.
- Cem mil é muito. Demi, você sabe que eu estou, tipo que tendo um caso com o Liam, não sabe?
- Não, não sei...
- Então, estou tendo um caso com Liam. – afirmou - Acontece que Liam, também é advogado e trabalha na empresa do Joseph.
- E...?- Queria saber onde ela vai chegar com essa história.
- E... Liam não me falou de falência nenhuma.
- Joseph não me disse nada disso até hoje.
- Demi, não acha que...
- Que Joe quer esse dinheiro para outra coisa?
- É.
- Não sei, Mi. Preciso conversar com ele, mas já dei minha palavra de que iria autorizar.
- Autorize, mas autorize dez mil.
- Por quê?
- Porque ele não vai poder dizer que é mão de vaca. A empresa é dele, ele tem que arcar com tudo. Não é possível que ele não consiga. Vou ligar agora para Liam e vamos tirar essa história a limpo.
Enquanto Miley ligava para Liam, Demi ligou para o banco e autorizou, mas só autorizou dez mil, como Mi a alertou. Realmente cem mil é muito. E esse dinheiro era para emergência da família, não da empresa dele.
- Demi, é tudo mentira de Joseph!
- Como assim?
- A empresa está super bem, não tem nada falindo. Está é faltando advogado para tanta gente. - Por que Joseph mentiria para Demi?
- Acho melhor eu almoçar... Quer me acompanhar, Mi?
- Selly, não vai conosco?
- Não, ela já foi... Parece que ela tem uma nova paquera.
- Já entendi... Bom, eu só vou pegar minha bolsa.
- Te espero no meu carro, então!
Na porta do elevador, depois que Demi apertou o botão, Sterling parou ao seu lado.
- Nem fala mais com os subordinados, Demetria?
- Desculpa, Ster. Ah, cheguei com novos modelos – o elevador abriu e só os dois entraram. - então, Selly e eu ficamos horas falando deles. Depois, aconteceram mais coisas, passei o dia presa naquela sala.
- Eu já sabia disso, só estava brincando com você.
Sterling também era estilista, mas ele trabalhava na parte de produção dos homens. Ele não gostava de desenhar roupa para as mulheres. Dizia que era ruim sair com uma mulher que usa a roupa que você desenhou.
- Preciso que dê uma olhada nos novos modelos que eu fiz, não estou levando muita fé neles, queria um de seus toques.
- Tudo bem, depois do almoço nós conversamos.
- Será que eu terei que marcar horário com July?
O elevador abriu e Demi saiu, logo atrás veio Sterling.
- Não, é só aparecer por lá, mas depois da Miley.
- Quer almoçar comigo?
- Não posso, vou almoçar com Miley, só se quiser ir conosco.
- E Selly?
- Foi com um paquera dela.
- Isso quer dizer que no final de semana ela estará aos prantos outra vez.
- Pode ser que sim, pode ser que não...
- Quem mais chamou para almoçar?
- Só Miley.
- Posso ir junto mesmo, não vou atrapalhar?
- Claro!
- Não gosto de almoçar sozinho, é... Solitário.
- Não acredito que convidou o Estalinho para almoçar com a gente! - Mi exclamou.
- Convidei, Mi.
- Pare de me chamar de Estalinho, Sorriso Falso.
- Bobo!
Miley e Sterling vivem brincando, desde a faculdade, como dizem os dois. Se conhecem há muito tempo, mas nunca ficaram juntos. O que é estranho, pois Sterling pega geral.
Almoçaram entre risos e brincadeiras, quando está os três juntos NÃO TEM como não rir. Eles são uma comédia e muito amigos.
Já devem ter percebido que os amigos de Demi são Selly, Mi e Ster. Realmente, são os melhores amigos que alguém poderia ter, e trabalham com ela. Quem não gostaria de trabalhar com os amigos? O melhor de tudo é que conseguem separar as coisas, sabem se portar de maneira certa e no momento certo.
Joseph sempre dizia que trabalhar com amigos não dá certo, mas Demi, Ster, Mi e Selly são a prova de que isso pode dar certo. A empresa de Demi tem cinco anos e sua amizade com eles sete e nenhum dos dois foi abalado. Seu casamento tem seis anos e... Bom, não está digno de elogios. Isso tudo para dizer que a amizade vale mais que um grande amor.
Depois do almoço voltaram. Sterling quis dirigir o carro da Demi, disse que homem não recebe carona, ele oferece.
Ainda no carro...
- Vamos direto para sua sala, Demi. Precisamos conversar sobre os novos modelos. - Sterling disse. Ele sempre foi muito atencioso com suas criações, ele sempre deu muito valor a elas.
- Não, Sr. Estalinho. Demi e eu precisamos ter uma conversa séria sobre finanças.
- Vamos fazer o seguinte, quando chegarmos vamos os três para minha sala. E chamamos a Selly também, ela está doida para ver suas novas criações e precisa conversar com Miley sobre novos funcionários, assim unimos o útil ao agradável e todos nós vamos embora mais cedo, principalmente eu.
- Não entendo porque quer ir embora. Dar sempre de cara com aquele mal-humorado do seu marido.
Miley e Selena nunca deixaram de dar suas opiniões sobre o casamento de Demi, quando ia bem era “Demi, você tem o marido perfeito!” ,agora, quando tudo vai mal: “Demi, aquele ogro do seu marido ainda não morreu?”. O único que não dá opinião de nada é Sterling, ele sempre foi muito reservado quanto a isso.
- Ele pode ser mal-humorado, grosso, idiota... Um ogro completo, mas ainda é meu marido e eu o amo.- o carro deu um arranque, Mi bateu a cabeça na poltrona do passageiro e o cinto apertou Demi. A barriga dela estava vermelha e Mi reclamava de dor de cabeça.
- Desculpe, eu não tinha visto o sinal vermelho. Peço perdão!
- Estalinho,você me paga! Fica viajando, daqui a pouco eu que vou dirigir essa lata. - disse Miley.
- Já pedi perdão!
- Tudo bem, Ster! Eu perdoo você... – disse Demi amenizando a situação.
- E preciso de um remédio para dor de cabeça. – Miley reclamou mais uma vez.
Chegaram ao prédio e foram direto para minha sala, Demi pediu July para chamar a Selly.
- Mandou me chamar , Demi?
- Sim senhora. Vamos ter uma reunião. Primeiro: Sterling trouxe novos modelos e Mi está aqui para acertarmos aquele assunto dos novos funcionários.
Selly sentou ao lado de Ster, Demi estava na cabeceira da mesa e Mi ao seu lado esquerdo e no lado direto Ster.
- Vamos começar por onde? - Selly perguntou animada.
- Pelos modelos do Ster. – A cada desenho Demi ficava boquiaberta. Sterling desenhava muito bem, ele tinha um jeito maravilhoso para a criação. Os vestidos de Sterling também eram perfeitos, apesar dele não gostar, às vezes Demi pedia para ele desenhar uns vestidos de “gala”. - Ster, eu não tenho no que mexer. Eles são perfeitos! Selly, todos vão para a produção.
- Tem certeza?Eu não gostei muito! - Ster ainda teimava em falar “mal” dos modelos.
- Eles encaixam nos meus... É como se tivéssemos trocado ideias antes de fazer!
- Eu queria ser um homem, só para usar as roupas do Estalinho. - Mi elogiou.
- Ainda é tempo! – Selly brincou.
- Bom, voltando aos modelos... - Ster lembrou - Estou terminando um e tenho uma ideia para o próximo, só preciso de três dias.
- Está ótimo, Ster! Já podemos começar a produção das roupas o quanto antes. Já estamos atrasados.
- O que me faz entrar no assunto dos funcionários. – Selly lembrou.
- O que me envolve. – Mi lembrou se achando por fora.
- Miley, você acha que podemos aumentar o número de costureiras? – perguntou Demi.
- Podemos sim. Com toda a certeza. Selly já havia me adiantado o assunto e eu andei fazendo umas contas. Podemos contratar até dez costureiras, mas o dinheiro que sobrava antes, não sobrará mais.
- Aquele que você diz que sobrava, foram para onde? – Ster perguntou curioso.
- Eu depositei na conta da empresa. - Ela respondeu.
- Podemos usá-lo para que? - Selly perguntou com aquela carinha de “estou querendo...”.
- Para comprar mais tecidos, manutenção de material, obras nas salas... Resumindo: para acidentes.
- Por quê Selly?Está pensando em alguma coisa? – perguntou Demi.
- Precisamos de mais dois modelos.
- Como assim? Pensei que tivéssemos acertado tudo.
- Acertamos, mas estamos com o número correto de modelos... Se algum deles passar mal, sofrer um acidente, for ao enterro do pai, da mãe, da vó no dia do desfile. Vai ficar faltando e vai ficar parecendo àquela coisa mal organizada.
- Está certa! Mas vamos ter que mexer com advogado, empresários, modelos chatos de novo! – lamentei.
- Nem precisa com empresários. Por que você não seja empresária?- Ster expressou sua ideia. - Demi, o que mais encontramos por aí é garotas e garotos que sonham em ser modelos e tem tudo para isso. No prédio onde eu moro tem um menina linda, ela tem tudo para se dar bem, ela quer ser modelo, mas nunca teve oportunidade. Eu prometi ajuda-la.
- Tenho que pensar um pouco, Ster...
- Quer que eu chame o nosso advogado?
- Não. – respondeu de imediato. Nosso advogado era Joe, portanto, se Demi negou os cem mil, ele não vai aparecer tão cedo.
- Por quê?- Selly que estava por fora, dessa parte.
- Joseph Ogro Jonas pediu cem mil na conta conjunta dele com a Demi e ela negou os cem, deu só dez e Sr. Mal-humorado, deve estar bufando.- Mi contou.
- Para que ele quer cem mil? - Selly perguntou, achando a quantia alta.
- Para... reerguer sua empresa falida.- respondi.
- Mas a empresa não está falida.- Mi completou.- Pelo contrário, ela está ótima.
- Ster, se você tivesse uma conta conjunta com uma pessoa, assim igual a Demi e o ogrinho... Por que pediria uma quantia tão alta?
- Sinceramente, para tomar proveito de um dinheiro que não é só meu. Por exemplo, no caso da Demi, eles são casados. Se Demi ou Joseph, pedirem a separação a conta será dividida ao meio. Se pedir uma quantia alta, antes da separação e guardar numa conta só para mim, o resto que dividirmos será pouco, mas eu terei os outros guardados para acrescentar.
Tudo aquilo fazia sentido, mas... Joe queria tirar dinheiro dela? Quem coloca mais dinheiro naquela conta é Demi, pois ela se preocupa com o futuro, mas será que ele quer a separação?
- Demi, eu acho melhor... Você se preparar.
- Acha que ele vai pedir a separação? – ficaram em silêncio. – Bom, se eu conseguir provar que ele tem uma amante, eu ainda tenho que dividir o nosso dinheiro?
- Uma vez que a conta é conjunta, dá-se a ideia de que os dois tenham “doado” o dinheiro, ou seja, os dois saem ganhando. Já contam dez mil, a mais, na conta dele. – Demi ficou um tempo pensando.
- Bom, a reunião está finalizada, vocês podem voltar ao que estavam ou tem que fazer. – Ster foi o primeiro a levantar.
- Eu tenho que dar a bronca na minha secretária, que está chegando atrasada.
- Ster, diga que o próximo atraso nem que seja por um minuto, ela estará na rua, por justa causa.
- Sim, Senhora. - Ster saiu.
Miley e Selly estavam na sala ainda.
- Demi, sabemos e você também sabe que o seu casamento não é um dos melhores, não é? - Selly começou a conversa.
- Sei...
- E que... É bem provável que o Ogr... Quer dizer, que o Joseph esteja querendo tirar vantagem do dinheiro. - Selly completou, e Demi ficou muda.
- Peço, ou melhor, eu suplico que não tire mais dinheiro dessa conta, Demi. Lembro muito bem, que a conta conjunta era para o futuro, para um problema gerado na família, não foi?
- Foi... Tudo bem, Mi. Eu sei por que têm essa desconfiança, e eu prometo que não vou autorizar mais a saída de nem um centavo daquele dinheiro.
- E nem depositar. Já depositou demais. - Mi quem fazia todos os meus depósitos.
- Tudo bem.
- Assim eu fico mais tranquila. - disseram juntas, foi até engraçado, mas seus pensamentos estavam em outra coisa.