Capítulo 14:

(Dedicado à Demetria Devone Lovato)

A menina estava deitada na cama de Demi, já parara de chorar histericamente, agora só soluçava enquanto as lágrimas caiam. Demi serviu um pouco de água para a menina.

- Já quer me contar o que aconteceu?

- Não sei se eu consigo. – a menina disse entre soluços.

- Claro que consegue. – Demi encorajou.

- Eu estava na festa do Patrick, lembra?

- Claro. Vocês estavam doidos para chegar o dia dessa festa.

- Antes não tivesse ido. Lembra que eu te contei do Arthur?- esse era o menino que Carol dizia que gostava. Demi assentiu encorajando-a a continuar - Ele disse que ia me levar num lugar bonito. Eu achei que ia ser legal, pensei realmente que era isso que ia fazer, tia Demi, eu não imaginava o contrario. Ele pegou o carro... – Demi interrompeu.

- Ele tem idade para dirigir?

- Não, mas o pai dele emprestou o carro só porque ele sabe. Ele me levou para um lugar que era realmente muito bonito. A gente podia ver as estrelas e praticamente a cidade toda.

- Eu sei onde é, no alto da montanha. – Esse era um dos lugares mais românticos da cidade. Joe já levou Demi lá, mas simplesmente tinha outro objetivo que Demi imaginava ser o mesmo desse Arthur.

- Eu disse que precisava voltar para festa porque nossos amigos estavam nos esperando, mas ele pareceu não me ouvir e me beijou. Tia, eu gostei dele ter me beijado, mas ele não queria só me beijar e quando eu disse que não queria ele tentou fazer a força. – a menina estava voltando a chorar. – Eu sai correndo de lá!

- Você veio de lá até aqui andando sozinha.

- Eu peguei um taxi no caminho, eu tinha dinheiro. Papai nos deu.

- E o resto do pessoal?

- Estavam todos na festa.

- Qual era o horário para ir para casa?

- Meu pai disse que era antes das dez.

- São quase onze horas, Caroline. Seu pai vai me matar!

- Desculpa, tia Demi. Se quiser eu...

- Não. Deixa, vamos fazer assim: hoje nos vamos mentir para ele, amanhã você conta a verdade.

- Ele vai brigar comigo!

- Carol, me escute! Ele é seu pai, você tem que contar para ele e depois ele vai poder conversar com o pai desse garoto.

No mesmo instante a campainha soou, mas não foi uma vez, foram varias e freneticamente.

- Quem será essa hora? – Demi desceu correndo. Olhou pelo olho mágico e viu todos os seis ali com carinha de preocupação. Abriu a porta foi quando todos entraram e começaram a falar ao mesmo tempo. Algumas frases Demi conseguia ouvir, mas era quase impossível. - Calma pessoal! – ela disse um pouco mais alto. E continuou. - Caroline, está aqui. Agora, eu quero saber o que todos vocês fazem aqui quando já deveria estar em casa?

- Caroline tinha sumido e fomos procura-la.- disse Henrique visivelmente preocupado.

- Além disso, o telefone dela estava com a gente e a última pessoa que esteve com ela foi aquele retardado do Arthur que reapareceu na festa sozinho. – disse Lucas totalmente irritado.

- O que aconteceu com ela? – perguntou Anna preocupada.

Demi explicou o que tinha acontecido, Henrique e Lucas ficaram bravos e queriam voltar e bater em Arthur, mas Demi aconselhou a não fazer isso.

- Bem, agora teremos um plano. Vou ligar para os pais de vocês e vocês dormem aqui... Amanhã voltam para casa e contem a verdade com exceção de Lucas e Caroline que vão voltar comigo, agora que eu sou cumplice.

- Desculpa, Demi... Eu não queria colocar você na situação, eu só...- Carol tentava se desculpar.

- Carol, a melhor coisa que você fez foi ter vindo para cá. Se voltasse para festa no estado que você estava, seria um erro, pois Arthur estaria lá e caçoariam de você. E se tivesse ido para sua casa, seu pai seria capaz de ir até a festa e bater no garoto. Depois, iam colocar policia no meio, ia correr um processo até seu pai dever uma fortuna para a família do garoto. – respirou fundo. – O que eu quis dizer era que Joseph e eu não estamos muito bem há um tempo. Vocês sabem! Quando ele souber que eu sei de tudo, vai me matar.

- Não vai, não. – disse Lucas.

Depois de ligar para Miley e Selena que faltavam saltar do telefone brigando com Demi – a irresponsável. Ela tinha que ligar para Joseph.

- Agora, é a fera. – Demi disse com medo. Tocou três vezes, até aquela voz que Demi odiava soar.

- Ashley, pode passar para Joseph? – pediu gentilmente.

- Não. Joe não pode atender.

- Por favor, é urgente! – Demi disse ainda calma. A vontade de Demi era desligar aquele telefone e deixar Joe morrendo de preocupação, mas ele não merecia isso só porque tinha uma namorada anta.

- Ashley, me passa o telefone. – Demi ouviu a voz de Joe sonoramente brava do outro lado.

- Não benzinho, é aquela ridícula.- tentou justificar-se.

- Me passa o telefone! – Demi ouviu um barulho que deduziu ser no momento que a troca de telefone. – Demi, é você?

- Sim, Joseph. Sou eu. É que não sei se deu falta dos seus filhos que deviam estar em casa a uma hora, mas... – Joe interrompeu.

- Claro que dei falta! Caroline e Lucas não atendem ao telefone e já deviam estar em casa há tempos. Está sabendo de alguma coisa?

- Eles estavam esperando eu ligar para você. Estão todos aqui comigo, Henrique, Anna, Miguel, Daniel, Lucas e Caroline. Vão todos dormir na minha casa.

- Como todos foram parar aí? Eles não iam à festa?

- Sim, mas... Eles vieram me ver e decidimos que eles vão dormir aqui. Amanhã eu mesma levo os dois para casa. Não se preocupe.

- Eu estava quase chamando a policia! Olha, mesmo tendo certeza que algo errado aconteceu, eu fico tranquilo de saber que estão todos aí e bem. Obrigada por ter ligado, diga a Lucas e Caroline que amanhã iremos ter uma conversinha séria.

- Sim, eu digo.

- Como você está? – Demi assustou ao ouvir essa pergunta.

- Bem. Estou ótima para falar a verdade!

- Que bom! Já que estamos... Já que agora estamos conversando civilizadamente depois de meses. Eu quero aproveitar a deixa e me desculpar. Não devia ter me metido daquele jeito na sua vida.

- Que bom que acha isso, Joseph. – Demi disse sincera.

- Joe, Demi.- a corrigiu. - Eu... Só queria que voltássemos a ser amigos, será possível?

- Um dia será possível, mas agora eu tenho que desligar. Uma ótima noite para você e não se preocupe com os dois, estão em ótimas mãos.

- Eu sempre soube disso.

- Tchau! – Demi desligou, mas estava abalada pela ligação. E uma certeza invadiu sua mente. Ainda o amava. Não poderia ficar com o coração acelerado só por causa de uma ligação, sem sentido e por nada.

- Por que ficou nervosa desse jeito? – perguntou Miguel ao ver Demi ofegando.

- Acha que é fácil falar com Joseph? Ele é o bicho! – disse. – Agora, acabou a festa! Vão todos dormir!

- Nem sei se consigo dormir depois dessa confusão toda. – disse Júlia.

- Ah, com certeza vocês vão conseguir dormir. – Demi disse irônica. – Podem tomar banho. Dentro daquela cômoda que tem no quarto de vocês tem roupas.

No dia seguinte, não foi nada fácil enfrentar Joe, mas Caroline contou tudo.

Joe foi até a casa dos pais de Arthur Aguiar que prometeram dar uma dura do garoto e que nem sabiam que o menino tinha levado o carro escondido. Ele havia ficado tão nervoso que não teve tempo de agradecer Demi como devia, iria conversar com ela melhor outro dia, ou quem sabe mais tarde.

- Pai. – Carol e Lucas pediram permissão para entrar no quarto.

Conversar sozinho com o pai deles estava difícil, desde o dia que Ashley frequentava a casa. A mulher era muito grudenta. E hoje, era diferente, ela não estava.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? – perguntou Joe preocupado.

- Não. Quer dizer, não com a gente.

- Então, o que houve? E com quem?

- Nós vimos o Wilmer traindo a Demi, pai. – disse Lucas. - Queríamos contar a ela, mas não sabemos como.

- Sabem que eu tentei e viu o que deu. Perdi a amizade dela. Só que Demi passou por muitas coisas até encontrar esse cara e ela acha que ele é o melhor que ela poderia ter. Vamos dar um tempo a ela, quem sabe sozinha ela não enxerga quem ele é de verdade?

- O fato é que não aguentamos mais ver ela assim. – disse Caroline.

- Nem eu, meu amores. Para mim, é mais difícil ainda.

- Como ela poderia acreditar?

- Só se ela tivesse uma prova. Talvez uma foto, ou que ela mesma presenciasse.

- Isso é difícil de conseguir! – disse Lucas lamentando-se.

- É realmente. Devemos fazer o que eu falei: dar um tempo a ela.

Daqui a Pouco: Capítulo 15.