(Capítulo
dedicado à Luh)
No
carro tentavam conversar como antes. Caroline e Lucas faziam o possível para
isso acontecer.
-
Como foi com o tal do Arthur na escola, Carol? – perguntou o pai da garota.
-
Foi estranho... Primeiro, ele não queria nem olhar para mim, mas depois ele me
pediu desculpas na frente de todos. Disse que tinha sido um imbecil e que tinha
bebido muito no dia da festa.
-
Isso não justifica o que ele fez. Posso até concordar que quando bebemos
fazemos coisas que jamais faríamos sóbrios, mas ele tinha algo em mente. –
disse Demi.- Ele não ia pegar o carro escondido só para ir à festa.
-
É... Demi tem razão. – Joe disse. - No mínimo devia ter achado que Caroline era
uma dessas garotinhas qualquer e bebeu para conseguir chama-la para ir nesse
lugar e quando você negou, mexeu com ele.
No
mesmo instante, Demi lembrou-se que isso já tinha acontecido com ela uma fez.
James Carter fizera o mesmo com ela. Alias, não tinha sido a primeira vez e
também não foi a última. Esse ato se fez outras vezes.
-
O importante é que ele se arrependeu e a Caroline perdoou. - Demi disse. –
Carol, você precisa ficar de olho nos meninos. Eles sempre acham que as
mulheres são só um brinquedo sexual, então, tem que ficar atenta. É provável
que isso aconteça mais vezes, mas não se esqueça de que estaremos sempre com
você.
Almoçaram
no shopping por insistência de Caroline e Lucas. Os dois queriam ajudar Demi,
mas não passaram muito no que estavam fazendo.
Wilmer
era gerente da maior loja do shopping. Demi até pensou em dar uma passadinha lá
e conversar com o namorado, mas se ele não queria conversar, ela que não iria
correr atrás como um cachorrinho. Não
dessa vez, pensou Demi.
-
Está um pouco distante, Demi. Aconteceu alguma coisa? – perguntou Joe,
percebendo que Demi comia pouco e estava um pouco distante da conversa.
-
Não. – Demi disse. – Por que acham isso? – os três continuaram olhando-a.
Provavelmente sabiam que ela estava mentindo. Era fácil saber quando Demi
mentia. Os olhos dela não se fixavam, ela os mexiam freneticamente e ficava
tensa. – Tudo bem, eu só estou cansada. Eu estou com dificuldade de fazer essa
matéria e... É isso. Estou trabalhando até em casa, mas só consegui escrever
uma frase. Nem a introdução eu estou conseguindo e o tempo está passando.
-
Eu fiquei sabendo que sua matéria é a principal. – Joe disse a deixando mais
nervosa. - Sobre o que é?
-
Traição. – Caroline e Lucas se olharam.
De
fato isso acontecia, Demi não conseguia escrever mais uma linha há dias, mas
não era só isso que a deixava daquele jeito.
Descobrira
recentemente que gosta de Joe ainda, mas também gostava de Wilmer. Como isso
era possível. Se a matéria que ela tinha que escrever fosse de triangulo
amoroso, ela sabia o inicio, o meio e o fim, mas... Traição? Demi nunca fora
traída, sempre terminava por outros motivos, quer dizer, sempre o mesmo: seu
sonho. Aquele cara que não queria um relacionamento sério, ela largava.
Com
Wilmer foi diferente, ela estava apaixonada por ele.
- Bom, eu posso te ajudar se você quiser, Demi.
– Joe disse. – Eu conheço esse assunto. E também fiz uma vez uma matéria sobre
isso. Foi quando eu entrei na revista, mas acho que pode te ajudar.
-
Adoraria, Joe. – Demi disse sincera, mas não tinha certeza se seria uma boa
ideia mesmo.
-
Já foi traído, pai? – perguntou Caroline.
-
Sim, filha... Umas milhares de vezes. Com certeza, é uma das piores sensações
do mundo.
-
Como foi?- se interessou Lucas. – Só para ajudar Demi.
-
Bom, traição não é só quando você pega a pessoa que você gosta com outra
pessoa. Traição, para mim, tem outras formas de acontecer. Por exemplo, quando
você confia em uma pessoa conta um segredo e ela o traiu contando para o resto.
Quando você acha que aquela pessoa vai ser para sempre um amigo e ela,
simplesmente, vai embora, isso também é traição. Existem muitas formas de traição... – Joe tinha mandando uma indireta para Demi,
pois ela havia traído seu amigo quando não quis ouvi-lo, mas Joe já tinha
perdoado. - Demi, você podia jantar lá em casa hoje, o que acha?
-
Pode ser... Com licença, eu vou ao banheiro. - Demi levantou.
-
Ah, eu vou com você, tia Demi. – declarou Caroline enquanto levantava e
acompanhava Demi.
As
duas conversavam e iam em direção ao banheiro daquele andar. Caroline foi a
primeira a ver Wilmer com uma loira, mas achou que assim seria a melhor forma
de Demi acreditar e largar de vez aquele homem. Depois, Demi acompanhou o olhar
de Carol. Eles só estavam conversando e Demi pensou não ser nada de mais, mas
de repente Wilmer enlaçou o pescoço da garota e a beijou. Demi parou e ficou
olhando incrédula.
Jamais
pensou em ver uma cena daquela. Era muita falta de sorte.
-
Tia Demi! – chamou Caroline acordando-a. – Vamos voltar. – disse numa voz
compreensiva.
-
Não, Carol. Nós vamos ao banheiro, não vamos? – Demi pegou na mão de Caroline e
andou na direção do banheiro como não tivesse visto Wilmer ali, como se ele não
existisse, como se ela não o conhecesse. Passou ao lado dele e ele a viu.
Entrou
no banheiro e se olhou no espelho. Não ia chorar, não ali e naquela hora. Se
fosse sofrer, sofreria em casa e sozinha. Tudo já estava muito difícil para ela
começar um drama no banheiro ao lado de Caroline.
Quando
voltaram, Wilmer não estava mais ali, mas ligou inúmeras vezes para o celular
de Demi. Ela aproveitou e o desligou.
-
Vamos! – Joe levantou os chamando para ir.
-
Vou pagar o meu almoço.
-
Não se preocupe, eu já peguei. – disse Joe. Demi pegou a carteira querendo dar
o dinheiro ao Joe, mas ela colocou a carteira de volta na bolsa dela.
-
Obrigada Joe.
Demi
falava e agia como se nada tivesse acontecido. Caroline estava pensando que
Demi estava se fazendo de boba. Será que o amor dela era tanto a ponto de fazer
isso?
Joe
levou Lucas e Caroline para casa, quando se despediam de Demi...
-
Tia Demi, você tem certeza que está bem? – perguntou Caroline receosa.
-
Claro, Caroline! Está tudo ótimo. – Óbvio que Demi mentia. – Nos vemos no
jantar hoje a noite.
No
caminho, Joe aproveitou para se desculpar.
-
... Eu sei que eu não devia...
-
Joe, não precisa dizer mais nada. Eu te entendo faria o mesmo. Eu que me
comportei feito uma idiota. – foi quando Joe estacionou o carro. Demi beijou a
bochecha dele.- Obrigada, Joe.
Aquele
agradecimento não tinha sido pela carona e pelo almoço pago. Foi por ele ter
sido o melhor amigo, enquanto ela não
queria.
Os
dois entraram conversando amigavelmente. Quando o elevador abriu, deram de cara
com Ashley. Ele soltou a respiração como se não acreditasse no que estava
vendo.
-
Ashley, eu sei que está sendo difícil para você, mas... Não dá mais para
continuar, você sabe. Já conversamos sobre isso milhares de vezes. – Demi sabia
que a conversa era particular e por mais que quisesse ouvir Joe dar o fora em
Ashley, resolveu ir até a sua baia e começar seu trabalho.
Tinha
que ser justo traição? Demi se perguntou quando a
segunda frase era sendo iniciada em seu computador. Ninguém sabia o esforço
tremendo que Demi estava fazendo para não cair aos prantos ali. Tinha confiado
numa pessoa que não merecia nem uma molécula de confiança.
Já
podia fazer sua matéria sem a ajuda de Joe, mas teve que pagar um preço muito
caro para isso.
Demi
não via a hora de poder ir embora. Conversava e sorria normalmente, mas a
verdade é que por dentro ela estava de frente com a solidão e a tristeza.
Continua...
Uau!
A Demi estava tentando mostrar-se firme e forte, como toda e qualquer mulher
feminista, mas isso não vai durar por muito tempo.
Deem
sugestões sobre o que vai acontecer a seguir.
O
próximo capítulo será dedicado a uma pessoa especial, por isso, sem brincadeira
hoje.
Dependendo
do número de comentários, eu posto ainda essa semana. Tem muito o que
acontecer!
Se
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por Bárbara Barbosa Dornelas