Demi Lovato
No
dia seguinte, domingo...
Eu
tinha até me esquecido de ligar para Joe, ele ia me matar. Nem sei porque
lembrei dele nesse momento, mas lembrei. Como será que foi o pedido de
casamento dele na sexta-feira? Liguei para ele, mas ele não me atendeu...
-
Que foi, Demi?
-
Joe não me atende!
-
Ah, esquece o Joe, docinho. Temos tanto o que fazer hoje.
-
Eu sinto que eu preciso falar com ele.
-
Docinho, ele deve estar com noiva dele agora dormindo e você aí se preocupando
à toa.
-
Vou tentar só mais uma vez, ok?
-
Então tenta mais tarde, pode ser? Agora, eu quero te levar num lugar
maravilhoso que eu fiquei sabendo que tem e não é longe daqui, deve ser uma
hora de distância só.
-
Tudo bem, pode indo pegar o carro que eu vou ao banheiro.
-
Ótimo. – Wil me deu um selinho e saiu do quarto de hotel. Tentei ligar para Joe
mais uma vez e não consegui e quando achei que ele tinha atendido, foi a
secretária.
-
Olá, aqui é Joseph, provavelmente não estou em casa ou eu e Ash não queremos
atender agora. Sabe como é, né? Deixe sua mensagem após o sinal, se for
importante eu retorno. - ouvi um sinal.
-
Joe, eu preciso falar com você. Eu sei que deve estar ocupado agora, mas assim
que puder você me liga? Estou preocupada com você e... Me desculpa não ter te
ligado. Te amo, beijos! Já sinto a sua falta. – fiz a voz mais chorosa que
poderia para que ele pudesse me ligar.
Depois
desci para o saguão do hotel.
-
Nossa demorou, sabia?
-
Desculpa, eu aproveitei para passar um batonzinho...
-
Que batom?
-
Eu não achei e para você não ficar me esperando, eu desci.
Wilmer
me mostrou o lugar que ele queria e ele era lindo. Como ele mesmo havia dito,
não era longe. Só que minha mente ficava em Joe o tempo todo, será que estava
tudo bem com ele?
-
Aqui é lindo! – Wilmer disse.
-
Realmente, é perfeito!
-
Docinho, você e essa cabecinha longe! Será que pode esquecer toda a nossa briga
de sexta-feira e se focar na viagem? Eu sei que é um pouco difícil esquecer,
mas tente não lembrar. Eu sei que sempre quis estar aqui, mas... Não estraga
pensando nisso.
-
Eu não estava pensando nisso. Estava pensando em Joe.
-
Em Joe?
-
É, estou preocupada com ele. Ele sempre atende ao telefone.
-
Já disse para esquece-lo!
Ignorei
meu noivo insensível e observei a cena. Era um lugar bem romântico, se ele se
importasse comigo estaria me abraçando e dizendo com calma que tudo que eu
estava pensando era uma bobeira, que logo Joe iria me ligar, iria me beijar,
dizer que me ama, mas... Ele não fez nada disso. Isso me fez pensar que eu
tinha certeza: Wilmer tinha outra e estava prestes a me largar. Eu tinha que ser forte!
Voltamos
para o hotel, já eram quatro da tarde.
-
Demi, eu vou tomar banho, ok? Tente ligar para Joe e vai ver que era bobeira
sua. – Wilmer disse de uma maneira irônica e prepotente que eu não gostei nem
um pouquinho, mas eu o fiz. Liguei para Joe. Afinal, meus pressentimentos não
eram bons.
-
Alô. - finalmente Joe atendeu o
telefone, tinha a voz grossa. Sabia que
algo tinha acontecido!
-
Joe, o que houve? – fui bem direta.
-
Eu me... Estou me sentindo um lixo.
-
Joe, me explique, por favor.
-
Terminei com Ashley, Demi. – ele parou um pouco. Para mim, estava tentando
controlar o choro. - Ela me traiu, ela me traia!
-
Como... Como você descobriu?
-
Eu a vi com outro na nossa casa ,Demi.
-
Que vaca! - sussurrei.- Joe, fique calmo. Fique tranquilo, Joe... Eu... - antes
que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Joe desligou o telefone. Conhecendo-o
bem, ele estava chorando e para eu não perceber, ele desligou.
Tinha
medo que ele fizesse algo que comprometesse a saúde dele ou até se matar.
-
Wilmer, precisamos ir!
-
Ir para onde? Embora? Por quê?
-
Joe precisa da minha ajuda e eu não posso ficar aqui de braços cruzados.
-
Eu não vou cancelar a NOSSA viagem, só porque o SEU melhor amigo esta
precisando de VOCÊ. – Wilmer estava visivelmente nervoso.
-
Ótimo, eu vou sozinha!
-
Não.
-
Acha que é quem?
-
O seu noivo.
-
É mesmo meu noivo? Ou é apenas meu namorado? – disse me lembrando de todas as
vezes que ele só dizia que eu era sua namorada. – Eu não tenho tempo para
discutir agora, eu vou voltar.
-
A cada dia você fica mais parecida com a Ge...
-
Com quem?
-
Com ninguém, DEMETRIA! – Wilmer disse furioso, começou a arrumar suas coisas
também.
-
Não quero que vá!
-
Mas eu vou! – Terminamos de arrumar tudo em silêncio. Wilmer sabia que eu não
mudaria nada.
Depois
de tomar um banho rápido, me arrumei e fomos para o aeroporto. Wilmer
conseguiu, por um milagre talvez, passagens de última hora. Durante o voo
ficamos em silêncio, na verdade eu fiquei em silêncio. Wilmer havia gritado
comigo e, eu ODEIO que gritem comigo, ele vai precisar de muito para me pedir
desculpas. Dessa vez flores e sexo não vão mudar isso.
-
Me deixe na casa de Joe. – disse a Wilmer assim que entramos em casa.
-
Não. Vamos para casa, precisamos conversar.
-
Não precisamos conversar, eu não quero conversar. Só quero ir à casa de Joe.
-
Não vou te levar para lá.
-
Então, saia do carro!
-
O quê?
-
Este carro é meu. Saia do carro, eu tenho pressa. – Já eram dez da noite e Joe
estava sofrendo há muito tempo sozinho, ele precisa de mim.
-
Você só pode estar brincando!
-
Não estou, eu estou falando sério.
-
Tudo bem, Demi! Vamos fazer assim: me deixe na sua casa para que eu possa pegar
o meu carro e depois faça o que quiser com o seu carro.
Eu
sei que estava sendo totalmente infantil com esse negocio de “meu” e “seu”, mas
eu tinha que tentar impor alguma coisa.
Capítulo 14:
Joe Jonas
O domingo inteiro e eu estava no mesmo lugar
bebendo desde ontem. Depois da garrafa de vinho, busquei outras. Só não me
pergunte quais, pois eu não conhecia nem a metade.
Dormi
na sala mesmo e nem havia tomado banho ainda... Eu queria que aquela dor
acabasse e que tudo só fizesse parte de um pesadelo.
A
campainha tocou e eu nem me importei, pode ser o entregador, ou... Algum
vizinho chato. Por fim a campainha parou de tocar, foi quando eu vi o reflexo
da Demi na janela.
Eu
devia estar muito bêbado, pois Demi estava numa viagem com o panaca do noivo.
Levantei com muito dificuldade, abri a porta e me sentei de novo e... Não vi,
ou não me lembro de muita coisa. Posso descrever algumas coisas, como água –
muito - gelada caindo sobre mim e uma cama macia mais nada.
No
dia seguinte, uma forte dor de cabeça começou assim que eu abri os meus olhos.
Só sei que Demi estava na minha frente, com uma caneca na mão.
-
Vou fechar a janela para você. Deve estar com dor de cabeça, não é?
-
É. - foi só o que eu disse. Demi fechou as janelas e, de alguma forma eu
conseguia abrir os olhos.
-
Não devia beber desse jeito. – me entregou o copo com algo fervendo e amargo.
-
O que tem aqui?
-
Um café bem forte para levantar os ânimos e tentar voltar o seu sangue ao
normal.
-
Não lembro de você entrando...
-
Dê graças a Deus que eu vim, tá? Você teria morrido de coma alcoólico. - Demi
riu.- Brincadeira. Eu cheguei ontem à noite e você abriu a porta para mim.
Estava completamente bêbado, não me espanto que não se lembre de muita coisa.
Ah, espero que não tenha gastado muito dinheiro com aquelas bebidas porque eu
joguei fora as que você não tomou.
-
Era a única coisa que me confortava.
-
Agora eu estou aqui e não precisa de bebida nenhuma. E por falar nisso, não me
disse o que aconteceu.
-
Ashley me traia desde quando começamos o namoro, ela e o amante só queriam o
meu dinheiro. Sábado eu tive uma emergência e fui trabalhar e quando cheguei a
vi com ele nessa cama. – disse me levantando, quando percebi que estava no
mesmo local que eles.
-
Joe, vá tomar um banho. Daqui a pouco a comida vai chegar.
-
Comida?
-
Já está na hora de almoçar.
Durante
o almoço contei tudo a Demi ela estava um pouco triste com o que aconteceu, mas
ela parecia estar triste com mais alguma coisa.
-
... E foi isso.
-
Joe, acho que agiu certo em jogar as coisas dela. Pelo menos isso explica uma
blusa na sua entrada. Será que tem mais coisas dela por aí?
-
Não sei, Demi. Esqueci completamente da imobiliária.
-
Você não vai trabalhar hoje. Liguei para Divina e disse que estava doente e que
eu ia ficar para resolvermos assuntos daqui mesmo, mas se não tiver em
condições a gente nem precisa falar na imobiliária.
-
É melhor trabalharmos.
-
Assim que se fala, Joe!
Passamos
o resto da tarde discutindo e analisando tabelas. Demi sabia, quer dizer, ela
sempre sabe o que é bom e melhor para mim. Ela mesma não tinha cabeça para
analisar nada daquilo, mesmo assim ela tentou.
Fechei
o notebook que ela tinha em mãos. – O que houve?
-
Nada.
-
Você não me engana.
-
Eu sei... Cansei de tentar, né? Wilmer e eu brigamos.
-
E...
-
E que eu não sei mais se devo continuar. Vou dizer a ele que ou nos casamos, ou
fim... De tudo.
-
Concordo com você. – Eu não sabia se o que Ashley disse era verdade, pois eram
só as palavras dela, mas com isso Demi saberia a verdade.- Se o amor é o que
une vocês, se não há mentiras ficarão feliz juntos.
-
É aí que mora o problema. Wilmer tem algum tipo de segredo, que não pode me
contar disse que iria me contar na hora certa e que iríamos nos casar.
-
Insista no casamento e deixe bem claro sua posição. Casamento ou nada. É o
mesmo do que a Verdade ou o Fim.
Eram
quase cinco da tarde...
-
Joe, eu preciso ir!
-
Demi, será que pode ficar? Não quero ficar aqui sozinho, essa casa me lembra
dela e... Com você aqui eu esqueço de tudo.
-
Tudo bem, então. Bem, vou passar em casa e pegar algumas coisas, pode ser?
-
Claro! Posso ir com você?
-
Pode.
Quando
entramos no carro da Demi, eu vi uma mala lá. Logo lembrei da viagem, que eu
com certeza estraguei.
-
Desculpe ter estragado sua viagem.
-
Íamos embora ontem mesmo, só adiantamos um pouco, Joe. Não se preocupe. Sem
contar que nessa viagem, Wilmer e eu brigamos mais que tudo. Não foi uma viagem
boa, sabe?
Chegamos
em frente ao prédio da Demi.
-
Te espero aqui, não demora, tá? – disse a ela.
-
Tudo bem.
Saí
do carro para respirar um pouco, mas não saí de perto do carro. Quando olhei
para cima, a luz do apartamento de Demi estava acesa e Demi tinha acabado de
subir. Será que ela esqueceu acesa esse tempo todo?
Ignorei
esse episódio e passei a observar a rua.
Capítulo 15:
Demi Lovato
Quando
cheguei ao meu andar, vi a luz acesa por debaixo da minha porta. Será que eu
esqueci acesa ou alguém entrou? Logo me lembrei de Wilmer, ele tinha vindo aqui
ontem à noite.
Abri
a porta e escutei um barulho de vidro se quebrando, levei um susto, mas Wilmer
saiu da cozinha esbravejando.
-
O que faz aqui? – perguntei.
-
Demetria, eu liguei para você um milhão de vezes e você não me atendeu. - ele
estava bravo.- Liguei no seu trabalho e aquela mala da sua secretária me disse
que não tinha ido trabalhar.
-
Wilmer, que bom que você está aqui. Precisamos conversar.
-
Agora quer terminar? Por acaso está arrependida de ter transado com Joseph?
-
Ah, eu não transei com ninguém!
-
Pare de mentir.
-
Pare você de inventar coisas, Wilmer. Não aguento mais! Não quero terminar.
-
Então, o que é?
-
Vou ser bem clara: ou marcamos a data do casamento, ou o fim é agora.
-
O quê?
-
É isso mesmo que você ouviu! Olha, eu não sei como se sente em relação a tudo
isso, mas o tempo está passando e... Eu quero ter uma família, quero ter filhos
e leva-los a escola, ter um marido para quando eu chegar em casa poder me
chamar de meu amor, entende? Essa vida de namorada, eu não quero mais. Wilmer.
-
Demi, você não pode... Demi!
-
É isso e ponto.
-
Tudo bem, me dê um tempo para pensar.
-
Pensar em que?
-
Demi, não é uma coisa simples. Precisamos...
-
Com licença.
Fui
para o meu quarto arrumei minhas coisas para dormir na casa de Joseph.
- Onde vai com isso?
-
Não interessa! Você não queria pensar? Então pense. – saí de lá furiosa.
Quando
desci, Joe me olhou curiosa.
-
O que houve? – perguntou.
-
Wilmer estava lá e eu disse a ele o que queria. – entrei no carro, logo depois
Joe entrou também.
-
E ele?
-
Disse que ia pensar.
-
Pensar?
-
Eu sei, Joe. Já estou dando isso como o fim. Foram dez anos da minha vida
jogados fora.
-
Tente pensar nas coisas boas, Demi.
Realmente
Wilmer e eu tivemos muitos momentos bons, mas queria passar muitos desses
momentos juntos, como uma família de verdade. Queria poder ter outros momentos
com ele, como um filho, por exemplo.
Pensar
em tudo isso me deixava muito triste.
Depois
que chegamos na casa do Joe, eu fui tomar banho e como costumam dizer por aí: é
lá que temos as melhores ideias. Eu tinha que ocupar a minha cabeça com alguma
coisa. Quando terminei coloquei meu plano em prática sem Joe saber.
Na
hora do jantar, Joe me revelou uma coisa.
-
Ashley disse que nunca cozinhou, detesta cozinhar e comprava sempre as comidas.
-
Jura? Me diz, então, o que ela tinha de bom?
-
Nada, Demi. Ela me enganou esse tempo todo. Eu fui um completo idiota mesmo.
Fiz tantas coisas para ela. Demi, eu ia pedi-la em casamento no sábado e quando
cheguei ela estava com outro. Sabe, eu... Acho que eu não merecia isso.
-
Claro que não, Joe.
-
Eu tinha tantos planos para nós. Já estava planejando onde seria nossa
lua-de-mel e até o nome dos nossos filhos eu já tinha em mente. Tudo nela era
mentira e agora fico me perguntando se o nome dela era Ashley mesmo.
Foi
a primeira vez que Joe se abriu para mim sem chorar. Ele estava contando tudo,
em seus olhos eu podia ver a tristeza e mágoa, mas ele parecia bem. Falava dela
com ódio e ao mesmo tempo pena, só não sei é dela ou dele.
-
Joe, eu acho que você não foi idiota, pode até se sentir com um agora, mas
qualquer um teria caído nessa armadilha. Porque foi isso que ela fez, ela fez
uma armadilha muito boa, Joe.
-
Demi, posso te pedir uma coisa?
-
Se eu puder fazer, eu faço.
-
Quando Wilmer te disser se aceita ou não o casamento, e se a resposta for não,
peço que investigue por que?
-
Por que está me pedindo isso, Joe? Por acaso, você sabe de alguma coisa?
-
Não, quer dizer sim, mas ... Eu não sei se é verdade, Demi. Eu não quero que
saiba por mim. É uma coisa muito grave, mas eu não quero contar, pois não tenho
provas.
-
Joe, se é grave você tem que me contar.
-
Se Wilmer aceitar, isso é mentira e eu não vou contar e se ele não aceitar,
vocês vão separar mesmo e eu te conto, mas me prometa que não vai fazer nenhuma
besteira?
-
Prometo.
Eu
fiquei com medo. Bem, pelo jeito como o Joe disse, alguma coisa me aguardava e
eu não estava preparada. Várias coisas passaram pela minha cabeça, o que já
imaginava e até o que nem passava pela minha cabeça.
Continua...
Como o prometido, está aqui os três capítulos!
Girls, obrigada pelos oito comentários, eu amei cada um e perdoou os
palavrões escritos, uma vez que eles foram com um destino que eu amei (para Ashley
ksksk) Continuem comentando que eu tenho certeza que vão amar cada dia mais!
Bom, minha editora mandou que eu postasse até o vinte, então... eu
prometo fazer isso o mais rápido que pudermos se vocês comentarem, como uma
troca, sabe? Eu posto e escrevo e vocês comentam. Certo?
O que posso dizer para atiçar a curiosidade de vocês?
Bom, muita coisa ruim vai acontecer e isso vai fazer uma coisa boa
surgir. Quem souber o que é comenta, menos a amiga.
Beijos....s2