Capítulo XIII:
- Nada.
- Acho
que Demi bebeu um pouco mais da conta. Sempre faz isso? – Joe perguntou.
Demi
teve vontade de perguntar se ele sempre levava as mocinhas para a cama, mas
limitou-se a balançar a cabeça num negativo. Ela realmente estava um pouco alterada
pelo álcool, mas estava lúcida.
- Precisamos ir, amanhã as crianças tem aula.
– Joe disse.
Demi
não falou nada o caminho inteiro. Estava surda e muda. Aquelas vozes ecoavam o
tempo todo na cabeça dela.
- Demi
está estranha, papai! – comentou Fernando.
- Ela
bebeu um pouco, Nando, mas Demi não tem o costume e ainda mais de beber essas
bebidas fortes daqui.
Quando
chegaram...
- Joe,
leve Demi para o quarto, eu coloco as crianças para dormir. – Vera disse.
- Eu
não estou bêbada. Eu sei muito bem o que está acontecendo, sei até mais do que
devia.
- Eu
pensei que eu ia ter que te dar um banho frio. – Joe brincou.
- Não.
Não terá de fazer nada disso.
- Mesmo
assim, Joe. Acompanhe Demi. – Vera sabia que Demi não estava bem, só não
imaginava o porquê.
Joe fez
o que sua mãe pediu, a levou para o quarto.
- Já me
trouxe aqui, agora pode ir embora. Boa noite!
-
Agora, eu sei por que minha mãe me mandou aqui. O que está acontecendo?
- Nada.
- Ora,
Demi! Por que a grosseria?
- Você
acha que eu sou tola, mas eu não sou. Sei bem o que est... – Joe a beijou. –
Pare de me beijar.
- Por
que será que os seus lábios pedem para parar, mas seu corpo pede para
continuar?
- De
onde tirou uma coisa dessas? – Joe a beijou de novo. – Eu pedi para parar!
- Por
que corresponde então? – beijaram-se mais uma vez.
Demi
não queria, quer dizer, sua cabeça não queria, mas seu corpo e coração pediram
perigosamente por aquilo. E, naquele momento, ela queria, mas sabia que se
arrependeria depois. Seu corpo não obedecia mais seus comandos. Joe conseguiria
o que queria.
Um
beijo intenso e naquele momento, sabiam que se entregariam. Não importava mais
nada. Nem uma palavra era preciso, estavam submersos por volúpia e desejo.
No dia
seguinte...
Demi,
no instante que abriu os olhos, encontrou o corpo de Joe nu. Para ela era só
isso que ele queria e naquele momento, com o coração arrependido, quis ir
embora. Por ela, levantava-se e ia, mas havia Vera e as crianças, gostaria de
se despedir.
Estava
tudo pronto, seu trabalho com o muro já estava feito e ninguém precisava mais
de sua ajuda.
Demi levantou
devagar, sem acordar Joe. Tomou banho e a água misturava-se com as suas lágrimas
de arrependimento. Não devia ter se entregado daquela maneira, principalmente
depois de saber de tudo. Voltou ao seu quarto e Joe já não estava mais lá. Ficou
em seu quarto mais um tempo fazendo suas malas, com a porta trancada para que
Joe não soubesse que iria partir. Seu plano era ir antes de ele voltar do
centro.
Terminou
de fazer as malas e as escondeu de baixo da cama. Desceu e, por sorte, as
crianças estavam tomando café. Primeiro ela chamou Lucas e Mariana no cantinho.
- Por
que você vai embora? – Mariana perguntou com os olhos marejados.
- Eu
preciso ir, mas eu não quero que o seu pai saiba.
- Ele
vai ficar furioso. – disse Lucas com razão.
- Vai,
mas é melhor assim.
-
Obrigada, Demi! Por tudo que fez para nós enquanto esteve aqui. – Mariana a
abraçou e depois Lucas fez o mesmo.
Depois
chamou Fernando e Maria Clara. Fez o mesmo, pediu segredo e disse que sentiria
falta deles, prometeu escrever-lhes.
- Vou
sentir sua falta, Demi. – disse Maria Clara, fazendo-se de turrona.
- Fique
longe de lugares perigosos, viu?
- Eu
também. Quem vai me ensinar a dirigir? – perguntou Fernando, já chorando.
- Seu
pai, ora. – Demi estava com o coração tão apertado de ir e deixa-los. Sentiria
falta deles.
Por último, chamou Pedro.
- Não,
Demi. Eu não quero que você vá. Eu pensei que ia ser minha mãe. Eu nunca tive
mãe.
-
Pedro, você sempre teve mãe, mas ela está em outro lugar. Ela te ama e vai
estar sempre com você.
- Papai
gosta de você. Ele vai casar com você.
-
Pedro, seu pai não vai casar comigo, tá? Eu tenho que ir embora, mas eu te amo.
- Eu
também. – Pedro abraçou e beijou a bochecha de Demi.
-
Crianças, estamos atrasados! – Joe gritou da sala. – Pedro não queria descer,
mas desceu ao lado de Demi. – Bom dia, Demi. Eu não te vi... Hoje.
- É
verdade. – disse somente.
-
Precisamos conversar... Só que mais tarde, agora preciso levar as crianças.
-
Tchau.
Joe
sabia que tinha algo de diferente nela. Estava muito séria.
-
Tchau, Demi. – Mariana disse. – Eu vou sentir sua falta.
- Eu
também. – todos saíram da casa. E Demi não se conteve, sentou na poltrona e
começou a chorar. Vera, mesmo sem saber de nada, já desconfiava o que estava
acontecendo. Ela era muito esperta.
- Você
não precisa ir, se não quiser.
- Eu
tenho que ir, Vera. Eu não posso ficar. Eu o amo, e não posso ficar aqui. Não é
aqui o meu lugar. A minha família de verdade está me esperando.
-
Queria tanto que ficasse.
- Não
tem outra solução, Vera. Eu tenho que ir.
Na
caminhonete, Joe notou algo estranho. Os cinco não estavam falando como
costumavam falar, estavam quietos e tristes. Joe estacionou o carro.
- Tudo
bem, digam! O que está acontecendo?
- Nada.
Não está acontecendo nada. – Mariana disse.
-
Lucas?
- Não
podemos contar, é segredo.
- É
segredo, mas eu vou contar. – Maria Clara, determinada disse.
- Se
contar a Demi vai ficar brava com você. – Fernando disse.
- Pai,
Demi vai embora, porque ela acha que você não a ama. Só que a gente sabe que
você gosta dela, mas ela não sabe.
- Ela
só vai embora por culpa sua. – Mariana ficou brava.
- Por
que ela não me disse nada? – Joe perguntou incrédulo.
-
Porque você é... Quer dizer, porque ela acha que você não gosta dela.
-
Depois de... Depois... – Joe não podia contar o que houve na noite anterior. –
Ora, Demi perdeu o juízo. Quando ela vai?
- Ela
não disse. Só disse que não era para contar para você e que quando nós chegássemos,
não estaria mais lá. Ela até deixou o endereço para a gente escrever para ela.
- Eu
não queria que a Demi fosse embora, papai. Eu pensei que ela ia ser nossa mãe.
– Pedro ficou com carinha triste.
Joe
colocou o carro para funcionar, levou as crianças para escola e depois voltou
para casa. Não passou em nenhum lugar que ele costumava, só para encontra-la em
casa.
- Cadê
a Demi? – perguntou à sua mãe que estava sentada na sala chorando.
-
Desculpe querido, mas ela já foi.
- Ela
não podia ter ido, sem antes falar comigo. Por que ela fez isso? Depois da
noite que tivemos eu pensei que estaria tudo resolvido.
- Joe,
eu tentei conversar com ela, mas ela não entende. Demi achou que você queria só
sexo e mais nada. Ela acha que você não quer compromisso e muito menos que a
ama. Ela te ama, Joe.
- Se me
amasse, não teria ido embora. – Joe disse determinado. - Mas eu acho que ela
tem razão. A vida dela não é aqui. Ela tem o emprego, a família... Todos moram
lá e o lugar dela é lá.
- Joe,
você não pode...
- Mãe, preciso
trabalhar agora.
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Oie, amores!
Espero que tenham gostado de " Amor Autêntico ". Escrevi com muito carinho e gostaria que registrassem o que acharam.
Posso contar com isso?
Amos vocês <3