Capítulo 5: Depressão total!_ Penúltimo

Eu queria chorar por ter sido tão tola em acreditar nele. O único jeito dos meus filhos não me verem no estado como fiquei era entrando no chuveiro. Seria horrível tentar explicar ao Gabriel e ao Lucas, então?

Quando saí do banheiro já estava um pouco mais calma. Vi que tinham três ligações do Joe. Não me importei em retornar.

Agora que ele lembrou que tem uma namorada?

Joe Narrando...

Tentei ligar para a Demi, mas ela não atendeu... Deve estar ocupada agora.

Mary chegou começou a tagarelar...

Mary: Eu já sei que você e a Demi estão namorando!_ Cantarolava_ Não adianta negar... Ela me contou! Eu prometo não contar para o Lucas, porque ele é um turrão. E não percebe que vocês se amam e tem que ficar juntos!

Joe: Que bom que você gostou!_ A abracei_ Espero em breve poder contar a todos que estamos juntos, mas até lá você não pode contar a ninguém._ Ela me beijou e saiu da sala.

Continuei minhas tentativas de ligar para a Demi, mas ela não me atendia. Fiquei um pouco nervoso, mas não bravo. Será que aconteceu alguma coisa com ela? Preciso falar com ela urgente!

Avisei Mary que ia à casa da Demi, contei a história e disse que estava preocupado. Ela ficou um pouco inquieta, parecia que tinha algo para me dizer, mas ignorei de início.

Quando cheguei à rua da casa dela, pude ver Demi de longe. Ela estava sentada em uma cadeira na varanda, parecia triste, poderia até dizer que estava muito pensativa, nem viu e/ou ouviu meu carro parando ali.

Fui ao encontro dela. Quando me viu soltou um suspiro parecia tentar controlar a respiração.

Demi: O que faz aqui? São dez horas!_ Qualquer namorada daria um abraço no namorado, faria a pergunta, mas com entusiasmo... Demi não fez isso! Fez-me as perguntas normalmente, parecia até que não me queria por perto.

Joe: Eu vim te ver! O namorado não pode visitar a namorada? Também fiquei preocupado, te liguei tantas vezes, mas você não atendeu.

Demi: Joe, eu não queria atender. Sinceramente, não queria nem te ver hoje._ Fiquei parado sem reação. Como assim não quer me ver?

Joe: Por que, meu amor? Aconteceu alguma coisa?

Demi: Não se faz de sonso! Eu já sei o que fez durante o dia... _ Demi levantou da cadeira, mas o tom de voz tinha o mesmo tom sereno de sempre._A tarde foi boa hoje, Joseph?_ Será que ela descobriu que eu estava com o Lucas? Mas a minha intenção é só ajudar.

Joe: Está falando do que?

Demi: Eu já sei que está me traindo._ Eu? Do que ela está falando? Eu não a traí!_ Não precisa armar mais mentiras. Qual é o propósito de me trair? Não estamos casados nem nada, se não gostava de mim era só dizer. Diz Joe? _ Fiquei tão chocado com a “revelação” que não consegui dizer nada._Eu fiquei até agora me perguntando por que você fez isso. Eu não entendo, me explique? Prometo que não vou julgar. Só preciso saber... Foi por pena?

Joe: Demi, não consigo entender... De onde você tirou isso? Por que diz que eu a traí?

Demi: Lucas me contou que você estava namorando... _ Ela fez uma pausa, acho que procurava as palavras certas._ Ele não sabia que estávamos juntos! Perguntou se eu sabia que você estava namorando. Claro que no início eu pensei que ele estava falando da gente, mas ele viu você com outra HOJE, Joe. Eu não saí com você hoje. Aliás, eu não saí da confeitaria._ O mesmo tom de voz permanecia, mas dessa vez ele transmitia a tristeza.

Joe: Lucas deve ter se enganado, Demi. Eu também não saí de casa. Estava te ligando justamente para isso._ Dei uma parada para poder digeri a história. Isso não pode estar acontecendo comigo!_ Tem alguma coisa errada nessa história!

Demi: A única coisa errada é ainda estarmos juntos.

Joe: Não, eu não quero me separar. Qual seria o propósito de te trair Demi?... Por que te trairia? Te amo! Você é tudo para mim.

Demi: Acho que não tem mais chance, Joe. Obrigada por tudo que você fez pela gente, mas seria uma idiota se, mais uma vez, abaixasse a cabeça e fingisse que não sei de nada. Boa noite!_ Ela entrou em casa e fechou a porta.

Senti meu mundo cair. Até agora não entendi nada! Como isso pode acontecer? Eu a amo! Nada no mundo é mais importante para mim do que ela e as crianças.

Fui para casa arrasado. Nunca fiquei tão chocado assim... Nem quando Chelsea nos deixou com uma mão na frente e outra atrás.

Meus olhos continham lágrimas, elas não caíam, minha garganta queimava... Eu queria chorar, mas não podia, porque estava dirigindo. Poderia até parar o carro, mas a única coisa que eu queria era ir para casa, ler um bom livro e dormir. E quando acordar quero que tudo isso tenha sido um sonho e que a Demi vai estar nos meus braços me acordando com beijinhos.

Quando entrei em casa, Mary estava sentada na sala com a tevê ligada, levantou rápido esperando uma notícia da Demi.

Mary: Como ela tá?

Joe:_ Minha voz estava embargada pelo choro, mas me mantive “forte” fisicamente_ Ela está bem, mas nós não.

Sabe quando só temos certeza das coisas quando nós mesmos a dizemos? Eu caí no choro quando disse isso. Por mais que eu tentasse não chorar para não deixá-la tão preocupada e não parecer um idiota apaixonado, eu chorava mais.

Um tempo depois que parei de chorar expliquei tudo a Mariana, como mulher, me questionou um pouco, mas como filha me compreendeu. Mary sabia que não saí de casa até o instante em que fui procurar Demi. Mesmo que ela não tenha ficado em casa, ela percebeu que estava com o mesmo moletom. Eu não sairia de casa tão rápido, só para beijar uma mulher em público e voltar.

Mariana não queria me deixar dormir ainda chorando, mas ela percebeu que eu precisava ficar sozinho um pouco.

Quando acordei já era quinze para o meio-dia, graças a Deus eu não tinha que trabalhar. Imagina só abrir a loja depois do meio dia?

Tomei um banho frio a fim de me despertar e fui para a cozinha, estava com o estômago vazio desde o café da tarde de ontem. Procurei Mary pela casa, mas não a encontrei. Liguei para o celular, mas o mesmo tocou no sofá.

Fiquei preocupado com ela, mas vi um bilhete pendurado na geladeira: “Pai, saí e não levei o celular porque não queria que me ligasse. Não se preocupe! Beijos, Mary”

Legal! Agora tenho que me virar sozinho!

Demi Narrando...

Depois do dia horroroso que foi ontem, não tinha vontade de trabalhar. Não queria passar tristeza para aquelas guloseimas e nem ficar triste atrás do balcão. Liguei para as meninas avisando-as.

Não estava triste só por ele ter me traído, estava triste porque não precisava disso. Não estávamos casados, era só ele me dar um “tchau”. Isso comprovava que ele sentia pena de mim, por ser mãe e viúva com o filho mais rebelde que existe e que já havia sido traída pelo marido.

Devia ter escutado Lucas desde o início, me alertou de que ter um namorado não ia ser bom, mas nem dei bola, mais uma vez escutei a voz errada.

Era feriado, como eu desconfiava, Lucas saiu de casa na primeira oportunidade, Gabriel ficou brincando com os carrinhos, sozinho, no quintal dos fundos.

A campainha tocou, quando atendi tive uma surpresa, era Mariana. Não a esperava hoje, ainda mais com Lucas fora, pensei que estivessem juntos.

Começamos a conversar, pela expressão que carregava, ela tinha algo para me dizer. Não quis interrogá-la até me dizer. Queria que dissesse no momento que achasse ser oportuno.

Passaram alguns minutos e ela começou a me dizer o que realmente queria com a mesma simpatia de sempre.

Mary: Meu pai me contou o que aconteceu entre vocês ontem._ Pensei que viesse me dizer qualquer coisa, menos desse assunto._ Fiquei triste por vocês... Mais por ele, porque é o meu pai. Vi o seu sofrimento. Sei que para você está sendo difícil, me disse que tinha sido traída e agora acha que aconteceu de novo._ Acha? Não, eu sei que fui traída de novo._Não estou aqui para julgar ninguém e nem vim a mando do meu pai, ele nem sabe que estou aqui._ Ela parou de falar e com meu silêncio continuou_ Demi, tenho certeza que meu pai não a trairia e depois ficaria tão arrasado como ficou ontem ao chegar._ Talvez estivesse arrependido._ Você acredita que ele não levantou cedo hoje? Meu pai nunca fez isso._ Isso realmente é muito estranho, mas eu não posso perdoá-lo só porque está triste. Eu também estou triste.

Demi: Mary, eu queria tanto esquecer isso e perdoá-lo, mas vai ser da boca para fora. Do mesmo jeito que ele está sofrendo eu também estou. Eu não dormi muito bem essa noite e também não fui trabalhar hoje. Mas não consigo acreditar no seu pai. É difícil para mim.

Ficamos um bom tempo conversando sobre esse assunto. Mariana queria mesmo que eu deixasse tudo o que aconteceu para trás e voltar para o pai, mas eu não podia fazer isso comigo e nem com ele.

Joe Narrando...

Estava totalmente deprê e jogado no sofá, assistia a um programa qualquer que não prestava atenção. Não queria chorar e nem me divertir, me sentir “livre” como todos que se separam ficam. Eu só queria Demi ao meu lado como sempre ficava nesses dias de feriado.

A campainha tocou, era Lucas. Ele estava normal, eu não queria dizer nada sobre o ocorrido. Ele não sabia que estávamos juntos, mas não resisti e no meio da conversa tentei tocar no assunto.

Joe: Como está sua mãe?

Luc: De manhã não a vi , mas acho que ela está bem._ Lucas era mais que um filho rebelde. Não ligava para a mãe.

Joe: Sua falta de preocupação pela sua mãe me deixa muito triste._ Lucas curvou-se no sofá.

Luc: Se você for começar com sermão, avisa que eu vou embora._ Agora passou dos limites, eu não sou o pai dele para aturar essas gracinhas de menino mimado.

Joe: Você acha que é quem para falar assim comigo?_ Não deixei que ele respondesse. _ Não vou deixar um garoto de quinze anos falar desse jeito comigo. Aliás, não sei como sua mãe atura suas gracinhas. Se eu fosse você trataria sua mãe melhor, ela dá amor a você e ao seu irmão. Seu irmão te ama e você fica tratando sua família mal. Não sabe retribuir o amor que eles te dão. Você é muito egoísta.

Luc:_ Levantou-se querendo me enfrentar. Não gritou comigo, mas aumentou o tom de voz e foi muito grosso._ Eu posso ser egoísta, mas você é um invejoso! Eu tenho a família que você quer ter, não tenho? Acha que eu não sei que você ama a minha mãe, mas não vai ficar com ela! Por que eu não vou deixar!

As peças foram se encaixando: ele fez isso de propósito. Não acredito nisso!

Joe: Então disse aquilo para ela de propósito, não foi? Disse a ela que estava namorando só para ela separar-se de mim.

Luc: Separar de você?_ Resolvi jogar as claras com ele.

Joe: Sua mãe e eu estávamos namorando há dois meses. Vocês não sabiam, porque sua mãe não queria que VOCÊ ficasse mais rebelde do que já estava. Você contou de propósito não foi?

Luc:_ Abaixou o tom de voz._ Eu não sabia que estavam juntos. Contei aquilo porque eu sabia que minha mãe gostava de você e como você disse que tinha uma namorada eu não queria que ela alimentasse esperanças a respeito.

Joe: Seu plano de não deixá-la triste não deu certo, mas de nos separar sim. Você não pensou nas consequências? Mesmo se sua mãe tivesse apaixonada por mim e eu não, o que não é o caso. Você não tinha o direito de interferir na vida dela. Sua mãe é bem grandinha e sabe se virar!_ Ele ainda não acreditava na situação._ Ela é sua mãe e não sua filha!

Luc: Então vocês estavam juntos e se separaram depois que eu contei? A mulher que você disse que estava apaixonado era minha mãe?

Joe: Sim e sim.

Luc: Por isso que ela ficou tão arrasada ontem... Ela acha que você a traiu!_ Ele dizia como num sussurro._ Hoje quando acordei minha mãe estava tão triste, nem imaginei que fosse por esse motivo..._ Lucas saiu um pouco desnorteado da minha casa.

Não sei se o que eu fiz foi o certo, mas eu já fiz e não dá para voltar atrás.

Demi Narrando...

Depois da nossa conversa em lágrimas, Mary foi embora, disse que o pai devia estar preocupado com ela.

Fui terminar de fazer o almoço, enquanto isso Gabriel continuava a brincar no quintal e não sabia nada do Lucas.

Quando a preocupação voltou a bater na minha porta, Lucas entrou deixando-me mais tranquila. Mas sua expressão não era uma das melhores.

Lucas não disse nada quando entrou e foi direto para o quarto. Tudo bem! Meu filho é um rebelde, mas nunca ficou com essa cara de derrotado/ assustado. Eu queria saber o que estava acontecendo, mas queria deixá-lo pensar um pouco.

Um tempo depois, almoçamos e ele continuava com o mesmo jeito estranho, só que agora estava mais pensativo.

Depois do almoço, eu fiquei lendo na sala. Sinceramente, o livro não me interessava, eu só queria parar de pensar o quanto fui feliz ao lado do Joseph durante esse tempo tão curto e o quanto eu fui infeliz depois da traição.

Para o meu susto, Lucas entrou na sala desesperado e chorando. Sentou no chão colocando a cabeça no meu colo, minha primeira intuição foi acariciar os cabelos do meu filho querendo confortá-lo.

Lucas dizia coisas que no início eu não conseguia e nem queria entender, mas aos poucos eu fui compreendendo.

Luc: Desculpa, mãe! Eu não tinha a intenção de machucá-la. Eu não sabia que estavam juntos. Perdoe-me por tudo que eu te fiz. Eu prometo ser um filho melhor agora..._ Lucas me disse tudo o que tinha e estava acontecendo, até sobre a mentira que ele contou achando que estava me ajudando.

Eu não sabia o que fazer, muito menos o que falar. Dar uma bronca nele se ele queria só ajudar? Talvez conversar com ele. Estava, realmente, sem reação.

Luc: Vá atrás dele, mãe! Ele te ama e eu sei que você o ama. Não deixe que ninguém mais atrapalhe a sua felicidade! Vá. _ Não pensei nem duas vezes. Dei dois beijos no meu filho, peguei as chaves do carro e saí.

Joe Narrando...

Ainda na minha deprê, tentava entender tudo o que se passava comigo. Muito castigo para uma pessoa só. Só uma pessoa poderia me ajudar, mas com certeza Lucas não me ajudaria, queria a mãe só para ele.

Quando Mary chegou, nós almoçamos, tentei não parecer tão triste para ela não se preocupar com bobagens minhas. Eu que perdi o amor da minha vida, não ela.

A aconselhei a ir atrás do Lucas, sabia que ela o amava. Mesmo achando-os muito novos para isso, eu não queria que ela sofresse assim como eu.

Eu nunca me apaixonei assim por ninguém. Isso me faz perceber que eu realmente a amo. Ela é minha vida, ao menos um pedaço dela. Sem ela, eu fico sem chão. Às vezes me perco no que eu vou fazer, penso nela a toda hora. Como uma ilusão a vejo quase sempre ao meu lado.

Estava lavando as vasilhas do almoço sem nenhuma vontade, aliás não tinha vontade de fazer nada sem a minha pequena comigo. Escutei um carro se aproximar. Pensei que fosse Mary voltado de taxi, porque tinha dado errado. Só aquele garoto mesmo!

A porta se abriu e a avistei, Demi mantinha em sua face o mais lindo dos sorrisos do mundo. Ela me olhava e ao mesmo tempo caiam lágrimas em sua face e só para acompanhá-la as minhas também passeavam pelo meu rosto.

Continua...

Ah, garotada! Como eu fiquei feliz... : D Em um dia vocês fizeram 14 comentários. É porque está bom, não é? Então, já que gostaram tanto, resolvi postar o capítulo cinco. E dar a terrível notícia que esse é o penúltimo.

Talvez, quando eu postar o último capítulo. Já terei informações melhores sobre a nova história.

Que seja bem-vindo o novo seguidor: Clovete. Nunca imaginei que um garoto lesse história assim, fiquei muito contente com a sua participação. Gostaria que falasse mais de você, seria muito legal!

Amo vocês!

P.s.: Não esqueçam de comentar, pois será o último capítulo.

BahChris