Passou alguns minutos para que Joe chegasse, ele
não tinha costume de fazer isso. Claro, não tinha amigos há tempos. Acontece
que Joe descobriu que estava apaixonado, e o melhor de tudo: era por Demi.
- Isso é fantástico, Joe.
- Por que diz isso? Ela está me evitando...
- Joe, Demi está te evitando, porque ela... Sente o
mesmo por você e... Eu não sei se posso te contar, aliás, eu não poderia te
contar, mas depois do que me disse eu não posso deixar isso passar. Oh, Deus!
Demi vai me matar, mas eu terei de contar.
- Diga logo Dulce!
- Joe, Demi está esperando um filho seu! – Dul
disse e Joe ficou estático. – Ela não queria te contar, estava com medo de você
pensar que ela queria o seu dinheiro. Demi está com quatro meses, por isso não
quer falar com você.
- Eu... Não....
Demi estava sentada na sala assistindo televisão e
comendo pipoca, uma novela que ela não sabia que passava naquele canal.
Estava completamente distraída, quando ela houve a
porta abrir. Só ela e Dulce que tinham a chave, mas Dulce tinha acabado de
sair.
- Joe?! –
Demi exclamou, ainda assustada depois que viu o responsável pelo susto.
O homem não falou nada, a tomou nos braços e a
beijou. Estava com tanta saudade. O sentimento tanto era recíproco que Demi
tinha até esquecido que sua barriga estava grande e Joe poderia perceber.
- Eu te amo, Demi. Eu te amo! – ele disse, depois a
beijou novamente. – Por que não me disse que estava grávida?
- Eu tive medo. Só me procurou porque soube que eu
estava grávida?
- Não, Demi. Eu descobri que estava grávida só
hoje, mas eu descobri há um tempo que te amo, mas não tinha coragem de te
procurar. Quando te procurava você não me
atendia. Pensei que não me amava, pensei que não representava nada para você. Por
que não me disse que estava grávida? Por que mentiu para mim? Eu não devia te
perdoar, Demi.
- Joe, eu fiquei com tanto medo de pensar coisas
erradas sobre mim.
- Eu jamais pensaria isso de você. Demi, eu te amo!
- Eu também te amo, Joe! – Se beijaram novamente.
- Vem! Tive com Dul e ela me obrigou a te tirar
dessa casa.
- Ah, não... Eu adoro esse apartamento.
- Demi, está falando sério? Eu não acredito que ia
criar meu filho sozinha nesse fim de mundo.
- Eu não queria que você me achasse.
- Sabe o que eu acho? Que você é muito doida, muito
infantil, Demi! – ele estava brincando, mas ao mesmo tempo falando a verdade. –
Como poderia pensar que eu não fosse te dar apoio ou que acharia que estava
atrás do meu dinheiro?
- Eu não sei. Eu queria te contar, Joe. Sua mãe
havia descoberto, eu não podia mentir para ela e estava certa de que iria
contar a você, mas você entrou no quarto me elogiando pela minha mentira, eu
não consegui desmentir.
- Eu não devia te perdoar, Demi, mas eu te amo
tanto que não consigo fazer isso. – Joe a beijou novamente.
- Estou completando o quarto mês de gravidez.
- Estou tão feliz, Demi. Quer morar comigo? –
perguntou Joe sério.
- Joe, não quero que o bebê interfira nisso, eu sei
que está contente porque vai ter um filho, mas eu não posso deixar...
- Não. Não estou perguntando isso, pelo bebê, Demi.
Estou te convidando, porque é a mulher da minha vida. Você é tudo para mim. Não
imaginava que iria me apaixonar por alguém.
Algumas semanas depois, eu estava morando na casa
de Joe com ele. Foi um pouco estranho no começo, mas fui me acostumando. Não
estávamos casados, mas agíamos como se estivéssemos.
- Demi, - Joe iniciava um assunto, quando Demi saía
do banheiro do quarto, para deitar-se ao lado dele. – Dulce, vai se casar só no
civil?
- Sim.
- Por quê?
- Bom, ela e Christopher não tem dinheiro para
bancar uma festa. Eles resolveram investir na casa deles, sabe?
- Isso foi bem pensado. O que acha de darmos uma
festa de presente?
- Dul iria amar, mas teria de ser surpresa. Ela
odeia quando as pessoas fazem ou pagam algo por ela. Dul é orgulhosa como nossa
mãe era.
Joe e Demi passaram aquela semana organizando a
festa, conseguiram achar o irmão de Ucker e ele os estava ajudando a convidar a
família sem que os noivos soubessem, estava tudo saindo como esperavam. Nem Dul
nem Ucker desconfiavam de alguma coisa. Dul e Demi só falavam no casamento e
apesar de Demi querer contar sobre a festa, ela não quis estragar a surpresa.
Como haviam planejado, só souberam da festa na hora
que saíram do cartório. E, apesar do que Demi imaginava, Dulce ficou muito
feliz. Era isso que ela queria.
Passou três meses e Demi estava no fim de seu oitavo
mês de gravidez. Infelizmente não pode saber o sexo do bebê. Ele sempre estava
em uma posição difícil de identificar. Demi preparou um quarto neutro, podia
ser tanto para um menino tanto para uma menina.
Joe estava contente porque ia ser pai, mas ao mesmo
tempo estava com medo. Medo da responsabilidade que teria de enfrentar agora.
Joe estava falando via Skype com sua mãe.
- E Demi, como está?
- Está ótima! Nosso bebê está crescendo a cada dia,
e ela, a cada dia, anda mais estressada. Não sei se ela está com o mesmo medo
que eu, ou se é só coisa de grávida mesmo.
-Vai dar tudo certo, meu filho! Preciso sair agora,
tenho muito que fazer.
- Obrigado, mãe. – Joe fechou o notebook, voltou
para o seu quarto e encontrou Demi deitada de olhos fechados. Não pensou duas
vezes e deitou ao lado da mulher que tanto amava, abraçando-a.
- Me desculpe por ter gritando com você mais cedo.
– Demi disse, Joe riu, lembrando-se do motivo do grito. Demi havia gritado por
que Joe disse que o bebê estava crescendo. Demi sentiu-se ofendida achando que
Joe a chamava de gorda.
- Isso não importa mais.
Demi acabou dormindo deitada no ombro de Joe para
algumas horas depois acordar morrendo de fome.
- Preciso de um hambúrguer enorme! – disse entrando
na cozinha, e Elza foi preparar seu lanche.
Demi estava terminando de comer, quando Joe entrou
na cozinha.
- Te amo. Quer se casar comigo? – Joe perguntou com
uma caixinha na mão e dentro dela o anel e um sorriso gigantesco.
- Sim, Joe! Eu quero me casar com você. – Demi
levantou com dificuldade e beijou o homem que tanto amava.
Epílogo
Há mais de três meses que Joe e Demi não conseguiam
dormir. O pequeno Arthur era uma criança que não tinha horário certo para nada.
Eles estavam exaustos só por cuidar do menino. Demi se recusou a contratar uma
babá para ajudar com a criança.
Era noite, quase três da manhã, quando, pela quarta
vez, a babá eletrônica fazia barulho de choro.
- Não. – exclamou Demi.
- Deixa que eu vou dessa vez! – Joe levantou um
pouco sonolento.
- Obrigada, Joe. – disse Demi.
Joe atravessou o corredor chegando ao quarto do
filho, o menino não tinha fome e muito menos dores, só queria atenção.
- Arthur, será que não pode deixar a mamãe
descansar? – perguntou Joe. Demi sorriu, ouvindo pela babá eletrônica. Joe
sempre foi tão carinhoso. – Papai vai te pegar só um pouco e depois você dorme,
pode ser? – o menino só encarava o pai conversar com ele. Joe pegou o menino e
se sentou na poltrona do quarto de bebê. – Sabe, Arthur, eu não me arrependo de
nada do que eu fiz. Sua mãe pode até desconfiar disso, mas eu tenho certeza que
descrevê-la como minha esposa foi a melhor coisa que eu fiz. Não consigo
esquecer a cara de assustada que sua mãe fez quando eu pedi que ela fosse minha
esposa de mentirinha. – Joe sorriu pelo nariz lembrando de tudo. – Ela devia me
achar um louco, mas foi a melhor coisa que eu fiz. Eu a amo tanto que não
consigo imaginar minha vida sem ela e sem você, meu filho.
- Eu também te amo, Joseph Jonas. Também não me arrependo
de ter fingido ser sua esposa, foi a melhor coisa que fiz.
- Obrigado. – Joe agradeceu.
- Não tem que agradecer, Joe.
- Quando estivermos bem velhinhos, teremos netos e
bisnetos e eles vão sentar a nossa volta e perguntar como nos conhecemos. Eu
vou contar que tudo começou com uma esposa de mentirinha. – riu Joe. – Que
acabou se tornando minha esposa de verdade, a minha mentira mais bem contada...
Mal sabia eu que só estava escrevendo sobre meu futuro.
Autora: BahChris
Editora: Ruh Viana
É, acabou!
Espero que tenham gostado.
Beijos. Até a próxima!