- É verdade. – Demi
respirou fundo e disse. – Sinto falta deles. Há muito tempo sinto saudades, mas
o meu orgulho é maior. – Demi confessou para seu namorado, que era mais um
amigo.
- Por que não deixa o
orgulho de lado, meu amor, eles também sentem sua falta. Estão arrependidos do
que fizeram. Eles devem estar querendo o filha ao lado deles nesse momento,
eles querem a família de novo.
- Tenho medo de chegar e
eles falarem algo que me machuque mais do que a saudade.
- Eu duvido que façam isso.
Vai lá, Dem... Fale com eles. – Eles observaram o pai de Demi sair, devia ter
ido trabalhar e a mãe havia terminado a última cliente. – Essa é a sua chance
de falar com sua mãe.
Sem dizer nada, Demi tirou
o cinto de segurança, saiu e abraçou sua cintura, ato de insegurança.
Atravessou a rua com cuidado, pois era uma rua bem movimentada. Quando
atravessou a porta de vidro, fez-se um barulho de sino. Sua mãe estava de costa
para a entrada, arrumando alguns pentes que estavam fora do lugar e olhou pelo
espelho para ver quem era.
O espanto em seu rosto, era
visível. Não esperava ver aquela garota ali. Parecia que Diana Lovato tinha
medo de virar e tudo sumir.
- Demi? – perguntou com
lágrimas nos olhos se virando. – Demi, minha filha. – A partir daqui só foram
lágrimas e pedidos de desculpas de ambas as partes. Demi até despachou o Dougie
e Diana, sua mãe, fechou o salão.
Demi passou o resto do dia
conversando com os pais, eles pareciam mesmo arrependidos de tudo que disseram
e fizeram. Hoje, eram pessoas diferentes com pensamentos diferentes. Demi
tentou ajudar os pais com dinheiro, mas eles recusaram. Uma coisa não mudou:
continuam orgulhosos.
Por sorte, aquele dia não
era o aniversário da filha de Dougie ou Demi nem apareceria. Dougie aproveitou
e foi visitar a filha, ficou com ela matando toda a saudade que sentia. Havia
muito tempo que não via sua filha.
Quando o relógio chegava
perto das nove horas, Dougie foi buscar Demi na casa dos pais.
- Vamos?
- Bom, eu tenho que ir.
- Senhor e Senhora Lovato,
vocês estão convidados para participarem da festa de quatro anos de minha
filha. Faço questão da presença de vocês.
- Claro que iremos, Dougie.
Annie já tinha nos convidado.
Julie Poynter adorou Demi.
Fez dela sua melhor amiga. Demi até brincou de casinha com a pequena. Quem
reagiu ao contrario foi Anne, essa quando viu Demi sorriu amigavelmente.
- Então, você é a famosa
Demi Lovato de que o pai da minha filha tanto fala?
- Sim, sou eu. Prazer.-
Demi sorriu de volta simpática.
- O prazer é todo meu. Sou
Anne Jones, mãe de Julie.
- Ora, Anne, eu não falo
tanto assim em Demi. O que ela vai achar?
Anne Jones, era uma mulher
diferente do que Demi pensava. Demi achava que encontraria uma pessoa um pouco
mais amável, não que ela não tivesse sido amável com Demi, mas ela percebeu um
ar de falsidade. Queria tirar aquilo da cabeça, mas não conseguia.
Anne era alta e loura,
tinha os cabelos na altura do ombro, mas enrolados. Um sorriso falso cobria seu
rosto e o olhar ameaçador. Esse era o tipo de pessoa que Demi viu em Anne Jones,
na qual ela não gostou.
- Demi, se importa e ficar
aqui uns instantes com Anne, eu preciso falar com uns amigos meus que estão
ali, daqui a pouco os apresento a você. – Demi nem teve tempo de dizer que
gostaria de conhece-los de uma vez, pois Dougie passou direto.
- Então, sente algo pelo
Dougie? – Que diabos de pergunta era aquela?
- Claro, se não sentisse
não estaria com Dougie agora, certo?
- Está muito respondona
para o meu gosto, dona Demetria.- Agora, Demi via a verdadeira Anne Jones em
sua frente.- Fique sabendo que Dougie é meu, ele pertence a mim e não vai ser
umazinha de quinta que vai tira-lo de mim, ouviu?
- O que? Eu não acredito
que estou ouvindo isso. Dougie não é nenhum objeto para pertencer a alguém,
Jones. E se ele quisesse ser seu, ele estaria com você e não comigo. – Demi
saiu de perto de Anne assim que viu seus pais atravessarem a porta. Contou o episódio
a eles, mas eles disseram que ela sempre foi amável com todos, o que fez Demi
deduzir que Anne era apaixonada por Dougie e estava disposta a acabar com a
concorrência. Ficou ao lado dos seus pais conversando até Dougie lembrar de
Demi.
- Oh, até que fim
lembrou-se que eu estava aqui. - ela comentou quando ele sentou-se por perto.
- Desculpe, todos que estão
aqui são meus conhecidos, meu bem.A maioria eu não vejo há muito tempo eles só
querem me contar as novidades.
- Eu entendo, só... Nada. Esquece!
Eu te entendo, desculpe o comentário ridículo. – Demi voltou a atenção as
crianças que brincavam na festa.
Quanta sorte tinha Dougie
por já ter um filho, aliás, uma filha tão linda como Julie. Pensava Demi.
Ao final da festa, a
maioria dos convidados já tinham ido. Só faltavam os pais de Demi e mais alguns
que já se levantavam para ir embora. Demi sabia que Dougie teria de levar os
pais, Anne e a filha para casa depois que a festa fosse toda desmontada e ela
estava cansada demais para acompanhar todo esse processo de desarrumação.
- Dougie, se importaria se
eu fosse para o hotel na sua frente? Estou doida para descansar e ainda tenho
que responder aos e-mail de Selly e Liam.
- Não, Demi, me espere e eu
te levo.
- Não, já pedi os meus
pais... Eles disseram que me dão uma carona.
- Eu te conheço muito bem
para saber que nada te fará mudar de ideia e que está realmente cansada. Vou
deixar você ir. Prometo não demorar! – Dougie beijou os lábios de Demi.
De longe Anne observava
tudo e com raiva nos olhos. Anne pensava com muita magoa que era para ela estar
sendo tratada com todo esse carinho que Demi recebia.
- Tchau! – Demi acenou para
Anne e ela retribuiu o aceno só porque Dougie observava tudo. Demi deu um
beijinho em Julie e saiu acompanhada pelos pais.
Chegou no hotel pensando no
que tinha acontecido.
Pegou seu notebook, para
que pudesse ler e responder os e-mails. O primeiro que estava na lista era de
Selly, ela abriu. Selena contou detalhe por detalhe do que tinha acontecido e
disse que estava tudo sob controle, mas que ela fazia falta.
O segundo e-mail era de
Miley, perguntou como Demi estava e em anexo tinha uma tabelinha mostrando o
desenvolvimento da empresa enquanto ela estava fora. Isso tudo, foi exigência
de Demi.
Logo abaixo um e-mail de
Joe. O coração de Demi deu passeio à lua e depois voltou numa velocidade que
fez doer. No início, Joe contou como estava a empresa, como tudo tinha
transcorrido, também havia uma tabela de desenvolvimento e mais embaixo, uma
coisa que não tinha nada a ver com a empresa. Estava escrito com outra fonte e
outra cor.
“Sinto sua falta”
Três palavras que fizeram
muito significado para Demi. Três palavras que poderiam dizer mais do que elas
representavam.
Demi não percebeu, mas ela
leu aquelas três palavras muitas vezes, algumas sorria olhando para o
computador.
Por fim, Demi saiu do seu
e-mail e desligou o notebook. Tomou um banho quente e deitou-se logo em
seguida. Pegou no sono rapidamente.
Abriu os olhos estava claro
o dia. O sol batia na janela e refletia em todo o quarto. Demi estava sozinha,
ela havia dormido sozinha.
Já era mais de nove horas,
quase dez e Dougie não tinha chegado ainda. “Certamente ele tem uma explicação
muito boa para isso”, logo ela pensou.
Depois que ela tomou café a
porta abriu, era Dougie. Ele tinha a expressão de quem havia dormido. Estava
com a roupa toda amaçada e ainda com a expressão de cansado.
- Bom dia. – Demi até
responderia se não tivesse enfiado um pedaço de pão na boca então ela só acenou
com a cabeça, achando que ele se explicaria logo em seguida. - Vou tomar um
banho estou morto de cansaço! – ele disse levando seu corpo até o banheiro.
Ele devia uma explicação a
Demi, e ela iria cobrar.
Depois que ele saiu do
banho, sentou-se na mesa e tomou café normalmente.
- Gostou da festa ontem? - Demi já tinha aguentado demais.
- Sim, gostei...
- Julie não para de falar
em você.
- Dougie, tem uma
explicação para o horário que você chegou?
- Bom, eu dormi na casa de
Julie. – “Casa de Anne, precisamente no quarto de Anne” pensou Demi.
- Por quê?
- Julie estava com
saudades.
- Podia ter me avisado, eu
fiquei preocupada com você. – Demi disse em tom amável o que fez Dougie sentir
um aperto no coração.
- Desculpe, não quis te
acordar.
- Dougie, pode falar tudo
que quiser para mim, mas nunca minta para mim. Você pode até achar que eu
acredito nas mentiras, mas é só ilusão. Eu sei muito bem onde dormiu essa
noite, ou melhor com quem você dormiu. Não precisa se explicar, não precisa nem
dizer nada por hoje Tudo poderia ser resolvido se você não tivesse mentido para
mim, Poynter. - Demi levantou da mesa e pegou sua bolsa.
- Demi, eu...
- Por favor, não diga mais
nada. Só me empreste a chave eu preciso ir na casa de meus pais. Vou embora
hoje mesmo.
- Pensei que íamos amanhã.
- Eu vou para casa hoje, eu
preciso ir... Você pode ficar e terminar de matar as saudades de sua filha,
ou... da mãe dela. – Demi alcançou as chaves que estavam sob a escrivaninha e
saiu do quarto.
Assim que saiu do quarto,
ligou e pediu passagem para ela poder ir embora. Na verdade trocou e deu sorte
que tinha um de seis horas que tinha acabado de cancelar.
Na casa dos pais, nem
comentou sobre o que aconteceu só se despediu deles. Voltou para o hotel,
arrumou suas coisas e foi para o aeroporto. Dougie não estava no quarto, então
ela não teve nenhuma interferência da parte dele.
No dia seguinte, acordou
cedo e foi para o trabalho. Todos espantaram, pois estavam achando que ela
voltaria para o trabalho no dia seguinte.
- Por que tão cedo? -
perguntou Selly.
- Não é cedo! Eu cheguei
ontem à noite.
- O que aconteceu? – Miley
entrou perguntando. - Eu te conheço muito bem para achar que tem algo
diferente.
- Dougie me apresentou a
mãe de sua filha. A mulher é louca por ele, chegou a me ameaçar dizendo que ele
era dele. Ele dormiu na casa dela, ou melhor com ela.
- Dormiu no sentido de...
- Sim, ele transou com a
mãe da filha dele enquanto eu o esperava no hotel. Não é maravilhoso isso? O
pior é que ele teve coragem de mentir. Primeiro fingiu que nada aconteceu e
depois que eu perguntei ele começou a mentir.