Um mês depois...
- Eu te amo, Demi. – ele
disse depois de um beijo. Ela não respondeu, só o beijou novamente. Não o
amava, não iria dizer o mesmo.
- Então, o quer queria me
dizer?
- Bom, a minha pequena faz
aniversário no sábado e eu queria saber se vai comigo?
- Dougie, eu não sei...
Tenho a agencia para cuidar.
- A Selly faz isso por
você, só por alguns dias. Vou amanhã de manhã e volto no domingo a noite. Serão
quatro dias só.
- Vou conversar com
Selly e ver o que pode ser feito. Também
tenho medo de não ser bem recebida.
- Por quem?
- Não sei... Julie.
- Julie é uma graça, adorará
você. Ela está doida para te conhecer e me fez prometer que te levaria comigo
no aniversário dela. Pensei que se importaria mais em ter a possível chance de
rever seus pais.
- Eles disseram que eu
morri para eles, pois penso o mesmo. Para mim, eles morreram.
- Então...? Vamos, Demi?
Por favor!
- Aí, Poynter, já disse que
preciso resolver com Selly, se ela achar que pode segurar as pontas por aqui,
eu vou com você, agora se ela falar que não pode, eu... fico e mando um belo
presente para minha querida Julie.
- Não é o mesmo! Promete
que vai fazer o possível?
- Sim, prometo.
De uma coisa Demi sabia,
seu atual namorado era mais chato que uma criança mimada.
Depois de tantas vezes que Dougie pediu Demi
oportunidades para mostrar seus amor, ela acabou cedendo e, apesar de não
ama-lo, estava gostando de ter a companhia dele. O amor dele a preenchia de
alguma maneira, mas ela sabia que não o amava. Aliás, ela sabia a quem
pertencia seu coração.
Horas depois chamou Selena
em sua sala, e fez o pedido.
- Claro que fico! Olha, já
era hora de você se divertir. Além disso, a Mi pode me ajudar por aqui.
Aproveita para rever uns amigos antigos, Demi. Vai viajar com o namorado!
- Tem razão, eu estou mesmo
precisando.
Em casa, Demi terminava de
arrumar sua pequena bagagem quando sentiu um braço forte te envolver.
- Sabia que você é perfeita
até quando não quer?
- Sabia que você é um cara
muito bajulador, Dougie?
- Sabia que eu te amo? – Em
resposta, Demi o beijou, mais uma vez, ela não podia mentir. – Amanhã o voo sai
às sete, então eu pensei em dormir aqui com você aí a gente não se atrasa, o
que acha?
- Que desculpa idiota! Você
é meu vizinho...
- É mesmo, tinha esquecido
disso...
- Mas, você pode dormir
aqui sim. Eu deixo.
- Aliás, eu tenho dormido
aqui quase todos os dias, não é mesmo?
- Verdade... Já que você já
decidiu que vai dormir aqui com a minha autorização, eu vou tomar um banho
enquanto você pede uma coisa bem, mas bem gostosa mesmo, para a gente jantar.-
Demi deu um selinho no namorado e foi para o banheiro tomar seu banho, o que
restou a ele fazer foi ligar para o restaurante mais próximo.
Na verdade, ela queria
mudar o ruma da conversa. Sabia muito bem o que ele queria e não era o que ela
queria. Ele ia pedir para passarem a morar juntos, mas Demi gostava, às vezes,
de ter seu próprio espaço. Quando quisesse dormir sozinha não precisaria pedir
para ele dormir no quarto de hospedes. Não queria uma vida de casada, isso ela
não queria mais, pois lembrava de seu casamento fracassado. Por isso, nunca
chamou Ster para morar com ela, mesmo quando achava que o amava.
Ocorreu tudo bem durante a
viajem para Demi e Dougie. Quando chegaram, ele já havia feito uma reserva no
hotel da cidade e avisado sua família que eles estavam de volta.
Aquela cidade fazia Demi
lembrar de muita coisa, foi lá que Demi fez amigos fortes como Selly, Ster e
Mi; foi lá que encontrou e se apaixonou por Joe; foi lá que se casaram antes de
fugirem com o dinheiro dos pais de Demi. O mesmo dinheiro que ela pode
construir sua pequena agencia que se tornou essa grande agencia que é hoje e
que já devolvera aos pais há anos, antes mesmo de construir a advocacia de Joe.
Dougie havia ocultado
alguns fatos daquela cidade, fatos que Demi pode se surpreender e talvez
amolecer.
- Não vejo a hora de
reconhecer a minha cidade. – ela disse quando entraram no carro.
- Pensei que não ia querer
sair do quarto, depois de tudo que houve...
- Do que está falando?
- Ah, foi aqui que começou
tudo. Eu nem ia querer entrar na cidade.
- Está falando de que? De
Joe ou dos meus pais?
- Dos dois.
- De Joe, eu superei faz
tempo. Não acho que devemos falar nele, sempre. E os meus pais? Bem, eu também
já superei e também não quero falar neles. Foi nessa cidade que nasci, conheci
pessoas maravilhosas, aqui que minha vida foi iniciada. As coisas que
aconteceram aqui poderiam acontecer em qualquer lugar do mundo.
- Essa Demi, está diferente
da Demi que foi embora daqui fugida com o marido.
- Essa Demi, é única.
- Eu sei... – ele disse
simplesmente.
Depois disso, passearam por
toda a cidade.
Até que...
- Essa é a casa dos meus...
Dos Lovato? Essa era minha antiga casa, quer dizer, era aqui que ficava pelo
menos. O que houve?
- Quer saber? Todas as
vezes que eu tentava falar neles você dizia que não queria saber.
- Não, mas... Agora, eu
quero saber.
- Bom, eles venderam a casa
para a prefeitura. Ou melhor, perderam a casa para a prefeitura. Eles não
pagaram alguma documentação que era preciso e a prefeitura tomou a casa.
- Onde eles estão?
- Morando de aluguel há
umas quadras daqui. Não é uma casa enorme, mas é o que eles podem pagar.
- Como assim, Dougie? Meus
pais são ricos.
- Não, Demi... Eles foram
ricos.
- Dougie, quer me explicar
que diabo aconteceu aqui depois que eu fui?
- Bom, seus pais foram à
falência. Foi isso que aconteceu... Seu pai, queria ganhar mais e pensando
nisso, começou a fazer material com pouca qualidade. Então, as pessoas pararam
de comprar os produtos, pois não tinha qualidade e eles só foram gastando. Seu
pai vendeu a loja e a fábrica e, com a idade e a fama que tinha não conseguiu
emprego, mas continuou gastando o dinheiro. Sua mãe também não conseguia nenhum
emprego, então estavam falidos. A prefeitura para quitar a dívida dos empréstimos,
pegou a casa. Algum tempo depois, sua mãe começou a arrumar o cabelo do pessoal
por um bom preço e todas adoravam e assim, eles conseguiram alugar uma casa.
- Sério?
- Sim. E quando você mandou
o dinheiro que você tinha pegado, e que eles nem sabiam, sua mãe comprou um
salão de beleza. Se especializar em cabelos e agora tem um salão.
- Pode... me levar nesse
salão?
- Tem certeza que quer ir
lá?
- Tenho, mas eu não quero
que... Ela me veja e nem que ninguém saiba que eu quero vê-la. – enquanto
Dougie dirigia Demi pensava em tudo que ele disse. – E meu pai?
- Depois que sua mãe
comprou o salão, ele passou a consertar coisas. Ele é uma espécie de “marido de
aluguel” é assim que todos o chamam.
- Nunca imaginei que meus
pais poderiam chegar à esse ponto.
- Eu sei que é difícil para
você tentar imaginar, mas foi assim que aconteceu.
Algum tempo no carro, uns
vinte minutos, e chegaram no salão. Dougie parou em frente ao salão, mas do
outro lado da rua. Demi colocou os óculos de sol, para esconder um pouco o rosto.
Já estava longe a quase dez anos será que a mãe a reconheceria.
Logo, Demi viu sua mãe,
agora com os cabelos mais curtos, o cabelo que ela tanto adorava, mais velha e
mais feliz. “Talvez a falta de dinheiro trouxesse felicidade” Demi pensou. Ou
sem ela estavam mais felizes.
- Não quer entrar e falar
com ela?
- Não. Eu prefiro ver de
longe. Eles acham que tem uma filha morta, bom, para que vou aparecer. Não sou
nenhum fantasma.
Demi ficou um tempo
observando, Dougie ficou em silencio. Ele queria poder dizer que os pais
estavam com saudades e arrependidos do que fizeram, mas ia fazer melhor que
isso.
O pai de Demi apareceu, ela
quase não o reconheceu. Ele estava mais gordo do que ela se lembrava, ou
melhor, mais barrigudo. Ele estava mais feliz do que ela se lembrava, estava
mais velho do que ela se lembrava.
- Estão tão diferentes.
- Assim como você.
- É verdade. – Demi
respirou fundo e disse. – Sinto falta deles. Há muito tempo sinto saudades, mas
o meu orgulho é maior que a saudade. – Demi confessou para seu namorado, que
era mais um amigo.
CONTINUA....
tinha que ser o Joe a levar ela pra rever os pais poxa =\
ResponderExcluirPoxa...demi tinha que deixar esse orgulho de lado...esta tudo perfeito
ResponderExcluirPosta logooo
Beijos