Capítulo 7: De Nerd à Chefe
- Te pego
as oito na sua casa. – Joe saiu piscando um olho como ato de cumplicidade.
Charmoso, Demi pensou.
- Bom dia!
– Demi entrou na lanchonete sorrindo, todos responderam. – John, será que pode
assumir as pontas por aqui hoje à noite? Eu tenho um... Jantar.
Há muito
tempo Demi não saía. Saiu algumas vezes, mas sempre voltava mais cedo. Nunca
achava diversão nas coisas normais, pois não tinha com quem compartilhar ou
pensava em Lucas o tempo todo.
Aquele
dia, para Demi, se resumiu em ficar pensando em que roupa usar, ou até como
arrumar o cabelo com tanta rapidez. Joseph, com certeza, estaria lindo, Demi
pensava que ela tinha que ficar também. Para Joe, aquele dia foi cansativo.
Trabalhou muito e não deixou de pensar em Demi.
Quando
ele contava o que aconteceu a Miley.
- Pelo
menos, ela teve senso, né Joe?
- Isso
também mostra que ela não é interesseira.
- É,
Joe... Você tem razão! Eu vi que ela mudou, já disse que tenho medo de você se
machucar. Talvez ela nem goste de você.
- Eu
posso conquista-la.
-
Cuidado. – ela alertou.
Pela
primeira vez em dez anos, Demi foi embora mais cedo. Pediu a Senhora Stewart
para ficar até ela voltar.
- Onde
vai mãe? – o menino perguntou abrindo a porta do quarto de Demi, pegando-a de
roupão e escolhendo uma roupa. Demi tirou um conjunto vermelho de saia e blusa.
- O que acha?
- Você
fica linda com esse conjunto.
- Só
linda?
- É...
- Tem que
ser uma coisa melhor... – Demi ainda mexia no guarda-roupas.
- Onde
vai, mãe? – repetiu a pergunta.
- Vou
jantar.
- Jantar?
Com quem?
- Lembra
uma vez que veio um amigo aqui...? Deve ter quase um mês. – acrescentou para o
menino se lembrar. – Ele me convidou para jantar.
- Hum... Sei...
Aquele que não quis dizer quem era o meu pai? Sei bem quem é. Não gosto dele.
- Você
perguntou para ele?
- Sim,
ele me disse que sabe quem é, mas não vai me contar. Não sei por que me esconde
tanto!
- Eu sei
que não vai gostar.
- Só
porque ele não me quis uma vez, não significa que não quer me conhecer.
- Não. Já
disse que não vou dizer!
- Por
acaso, eu sei quem é? Eu já vi essa pessoa?
- Lucas,
me deixe sozinha, ok? Não venha com essa maldita história outra vez. Eu não
aguento mais essa mesma coisa. Toda vez você bate na mesma tecla. Quando eu
achar que é a hora certa, eu te digo quem ele é, mas não é a hora! – menino
balançou a cabeça em negativo.
Logo Demi
achou a roupa que julgou perfeita para a ocasião. Ela usava um vestido de renda
bege com um forro tomara-que-caia rosa que desenhava perfeitamente os seus
seios. Era sexy, mas a renda a deixava mais discreta. Acompanhando o vestido,
ela também usava uma sandália de corrente, uma maquiagem leve, só para não
ficar “de cara lavada” e uma bolsa de corrente da mesma cor do forro do
vestido.
A
campainha tocou e Lucas atendeu a porta. Queria fechar de novo quando viu quem
era, mas sua mãe tiraria o vídeo-game. Sem cumprimentar o homem na porta,
voltou para sala e continuou jogando futebol.
- Boa
noite! – Joe se atreveu a dizer, mas o menino só olhou e balançou a cabeça em
negativo, como havia feito para a sua mãe. Desaprovando algo. – Sua mãe está
aí?
- Joseph!
Me desculpe por Lucas! – Demi disse descendo as escadas. – Eu só vou pegar um
casaco e minha bolsa, espera só dois minutos?
- Uau!
Você está... Linda. – Joe nem havia prestado atenção no que ela falou, só a
olhava fixamente deixando-a muito vermelha e sem graça.
-
Obrigada. Já volto.
- Não
faço ideia do que quer com a minha mãe, - Lucas disse olhando, pela primeira
vez, para Joe. – Mas se a machucar, se fizer algum mal a ela, vai se ver
comigo. – o menino voltou a jogar e agiu como se não tivesse acontecido nada.
Joe teve a sensação de ter visto Sterling falando com ele. Logo Demi desceu.
- Lucas,
espero que se comporte. Não fique jogando até depois das dez, alias, durma no
horário certo, pois você tem jogo amanhã.
Demi deu
instruções a Sra. Stewart e saiu com Joe.
- Me
desculpe mesmo por Lucas. – ela disse indo em direção ao carro dele.
- Eu sei
como são os garotos dessa idade, Demi. Está certo que Lucas é mais birrento que
os outros, mas está nos genes. – ele disse sorrindo e ela sorriu também. Ele
abriu a porta para ela, mesmo achando estranho, ela entrou.
Foi
quando Joe deu a volta para entrar do lado do motorista que Demi percebeu o
quão bonito ele estava. Usava uma calça jeans skinny preta meio surrada -não
pelo desgaste, por estilo- com uma camisa polo preta também, mas com as mangas e
sob ombro branco, usava um tênis discreto. O bronzeado natural de sua pele
ficava mais visível naquela roupa. Demi pensou.
- Você
está lindo, também. – ela disse quando o carro já saía da rua.
-
Obrigado.
- Aonde
vamos? – ela perguntou curiosa.
- Vamos
ao restaurante que eu gosto muito e que é bem tranquilo. Na verdade, eu gosto
de ir lá justamente por ser tranquilo e sem contar que a comida é
maravilhosa. Como eu sei que tem um
paladar bom, igual a mim, achei perfeito.
- Hum...
Falando desse jeito parece que sou importante como você. Sou só dona de uma
lanchonetezinha de um bairro médio. Não tenho milhares de lanchonetes por todo
o país.
-
Desculpe, mas eu sei que fez faculdade de gastronomia. Antes de pedir Liam para
vir te procurar eu soube coisas de você, sem saber que era você.
- O que
mais sabe da minha vida, Chefe?
- Sei que
foi umas das melhores alunas da turma e fiquei assustado, eu não imaginava Demi
Lovato melhor aluna. – riram. – Mas não foi isso que me assustou. Soube que
quer montar um restaurante, não é? – ela assentiu. – Era isso que eu queria.
Queria que parasse de concorrer comigo nos lanches e montasse o seu
restaurante.
- E é
para isso esse jantar? – Demi perguntou, mas no fundo estava decepcionada.
- Não. Eu
só quis ser sincero. Não quero que desista da lanchonete mais... Ela me traz
boas lembranças. E o jantar é só uma forma de me aproximar mais de você.
- É
engraçado. Você reapareceu há pouco tempo, nós nem éramos amigos na escola e
quando eu converso com você eu te falo coisas que eu não contaria para ninguém.
Foi o mesmo com Miley, ela disse que Lucas era parecido com Knight e eu disse
que era filho dele. Eu nunca contei para ninguém, eu me abri para ela e nem
somos amigas.
- É... A
Miley consegue arrancar coisas da gente. – ele riu.
Chegaram ao
restaurante, Joe estacionou o carro um pouco distante da entrada.
- Não
saia. Vou abrir a porta para você. – ele disse saindo do carro. Demi tirou o
cinto e esperou Joe abrir a porta. Logo em seguida dar a mão para ela descer.
Demi
nunca iria se acostumar com esses cortejos de Joe. Ele era totalmente diferente
de todos os homens que ela conheceu. Aliás, Joe lembrava muito o pai dela. Os
mesmos cortejos com sua mãe, mesmo depois de anos de casados.
Eles
entraram ainda segurando a mão um do outro. O matriê mostrou onde deviam se
sentar e o cardápio.
– Já que
me trouxe e teceu elogios ao lugar, pode escolher.
- Eu
esperava que dissesse isso. – Joe disse a Demi. Depois virou-se para o garçom-
Me traz o especial. – quando o homem saiu. – Tenho certeza que vai amar.
O lugar
era realmente muito bonito e tranquilo, como Joe disse, mas dava para notar que
era caro. Com a faculdade de gastronomia Demi sabia se “comportar” em restaurantes
mais luxuosos, mas sem dúvidas preferiria um restaurante mais badalado, esse
era mais romântico. Não que Demi não gostasse de um lugar romântico, mas para
aquele momento com aquela pessoa... Não tinha sido uma boa escolha. Sem contar
que pensava em Lucas o tempo inteiro.
- Está
distante. – Joe comentou.
-
Desculpa, eu estou... Estava pensando em Lucas.
- Ele
está bem, pode ter certeza. É um garoto esperto!
- Eu sei,
isso me preocupa. Tem filhos Joe?
- Não,
não sou casado. Nunca fui.
- Sério?
Pensei que já havia se casado uns milhares de vezes. Um homem bonito e bem
sucedido como você.
- Houve
muitos interesses, mas nenhuma mulher me chamou tanta atenção como uma em
especial.
- Taylor?
- Não. O
que você tem que fala nela o tempo todo? – eles riram.
- É que
na época da escola, ela gostava de você. Eu pensei que... – Demi limitou-se a
falar quando Joe risonho, ficou sério.
- Bom,
Taylor era minha amiga naquela época. Todos diziam que daríamos bem, não era? –
Demi assentiu - Lembra na noite da formatura quando você disse para eu dar uma chance
à ela? – ela assentiu mais uma vez. – Eu a pedi em namoro naquela noite depois
que você foi embora e ela recusou. Disse que era tarde demais, ela iria para a
faculdade fora do país. Desde esse dia eu nunca mais a vi.
- Deve
ter me odiado, não é?
- Não...
Acho que foi melhor assim. Pelo menos eu tentei. Tarde, mais tentei.
- Então,
não é Taylor o amor da sua vida? – ela quis saber.
- Não.
- Por
acaso, ela é casada?
- Não.
Por que quer saber?
Amei lindo...
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