Capítulo 18: I Hate You, Don’t Leave Me

Ele tinha se tocado, tinha alguém ali com ela, e estava tentando avisá-lo.

– Ah ta saquei, engraçado que falei com seu pai hoje e ele me lembrou do dia em que você resolveu imitar a Sandra Bullock em Miss Simpatia e pisou no pé dele. Ele ficou possesso. Ainda bem que você não fez o resto – ele disse olhando para ela fixamente, que logo entendeu o recado.

Em cinco segundos, Demi pisou forte no pé de Tom que soltou um urro e soltou seu braço a deixando livre. Ela deu um passo para esquerda e Joe deu uma voadora na porta bem na cara de Tom que caiu no chão tonto pela pancada. Ele entrou no apartamento e ao vê-lo no chão, chuto a faca para longe e deu um em Tom que caiu desmaiado.

Joe levantou e encontrou Demi no chão encostada a outra parede da sala chorando e tremendo. Ele se aproximou e a levantou. Ela se jogou em seus braços e chorava, um choro tão desesperado, que chegava a soluçar.

– Hey, calma, está tudo bem agora, eu estou aqui com você.

– Eu tive tanto medo Joe, medo de você não entender, medo de morrer, medo de ele te machucar.

– Ele não vai machucar você, tudo vai ficar bem eu prometo. – disse olhando nos olhos de Demi, tentava passar segurança a ela – Precisamos chamar a polícia, faz o seguinte, vai pro meu apartamento e tranca a porta. Não abra pra ninguém a não ser pra mim ok?

– Mas Joe, eu não quero que você fique aqui e se ele acordar?

– Eu vou dar outro soco na cara dele, aliás, eu devia arrebentá-lo até ele entrar em coma por se atrever a tocar em você. – Demi deu um meio sorriso entre as lagrimas- Vai pra lá ok? Eu vou amarrá-lo e chamar a polícia.

– Tudo bem, mas tome cuidado, por favor, e não demore.

Joe levou Demi até o apartamento dele e ela trancou a porta. Ele voltou ao apartamento dela, amarrou o homem e o colocou no corredor ainda desmaiado e ligou para polícia.

Em poucos minutos, alguns policiais chegaram e Joe contou o que havia acontecido. Eles colheram as provas no local e levaram o rapaz caído no chão sob custódia.

O delegado ainda falava com Joe.

– Senhor Jonas, eu entendo que o senhor queira proteger sua noiva, mas ela precisa testemunhar para que o rapaz pague pelo crime.

– Tudo bem senhor delegado, eu entendo, mas será que poderia ser amanhã de manhã? Ela esta muito abalada e assustada e não tem condições de falar agora.

– Tudo bem, não tem problema, mas vocês devem ir à delegacia amanhã para que ela faça o depoimento, sim?

– Claro delegado, eu mesmo vou levá-la. Obrigado pela ajuda e pela descrição.

– Não há de quê senhor Jonas, é o meu trabalho.

Depois da saída dos policiais, Joe arrumou a bagunça no apartamento de Demi e voltou ao seu. Ele tinha uma chave reserva e destrancou a porta entrando logo em seguida. Demi ainda estava de roupão, sentada no sofá olhando o nada. Ainda tremia e chorava silenciosamente. Aquilo fez seu coração apertar. Estava tão frágil e indefesa, que ele queria mover o mundo pra protegê-la.

Ele se aproximou dela que ao sentir sua presença se afastou instintivamente.

– Hey, calma, sou eu Demi. Eu não vou te machucar. – ela o olhou e logo pulou em seus braços chorando sofregamente – Calma pequena, eu estou aqui pra te proteger, não vai acontecer nada eu prometo.

– Eu pensei que..que ele ia.. me matar.. ele me tocou.. Joe eu ainda sinto..eu.. foi horrível – ela soluçava enquanto ele a abraçava apertado e fazia carinho em seu cabelo.

– Eu sei, mas já passou, você foi muito corajosa e soube me avisar. – ele levantou o rosto dela fazendo-a olhar em seus olhos – Você é uma mulher admirável Demi – ele dizia enquanto acariciava o rosto da menina

– Me beija

– Agora?

– É, agora. Eu sei que estamos brigados, e que você é um idiota, mas eu preciso esquecer essa noite horrível e só você vai conseguir fazer isso. Me toque Joe, tire a sensação do toque desse homem horrível de mim, por favor – ela pediu num sussurro com a testa colada a dele.

– Eu sei que sou um idiota, e pretendo te recompensar, mas conversamos sobre isso depois.

Joe a beijou com carinho, com cuidado.

Ele a levantou e a levou para a cama, retirando seu roupão e a deitando sem descolar sua boca da dela. Ele a tocou devagar, levando cada sensação das mãos daquele monstro embora. Fizeram amor naquela noite. Não foi só sexo. Joe foi carinhoso e atencioso, fez tudo com muito cuidado e respeito. Eles se amaram, apenas não sabiam ou não se deram conta disso. Estavam ocupados demais com as próprias sensações.

Logo depois, tomaram banho juntos, comeram a comida que Joe havia pedido e se deitaram novamente. Trocaram poucas palavras, se entendiam com o olhar e com gestos trocados. Demi adormeceu aninhada em seus braços, enquanto ele se sentia extremamente confortável e sereno.

Ela estava ali outra vez, em seus braços. E ele queria que seguisse assim.

No dia seguinte, Joe acordou com a respiração tranquila de Demi em seu pescoço. Tentou se mexer sem acordá-la, mas ela acabou despertando.

– Bom dia

– Hey

– Ta melhor?

– Um pouco

– Que bom.

– Ontem foi..diferente.

– Diferente como?

– Ah diferente..bem, quando estava com o Wilmer não era exatamente assim.

Joe ficou possesso ao ouvir a palavra “Wilmer”, ser comparado com ele era quase um ultraje.

Ele levantou revoltado e foi em direção ao banheiro.

–Hey, JOE, O QUE..?

Demi foi atrás, ouviu a descarga e o viu na pia lavando as mãos.

–Será que dá pra me explicar que merda foi essa? Porque você me deixou falando sozinha?

–Porque eu não sou obrigado a ouvir você me comparar com o babaca do teu ex.

–Ah é por isso? – ela riu – Joe deixa de ser infantil, eu não disse nada demais só comentei uma coisa que fazia antes.

–Foda - se, não me importa se foi antes ou depois, só falta agora você dizer que ele é melhor que eu na cama, aliás você disse, só que com outras palavras.

–Joe deixa de ser ridículo, eu não disse isso.

– Demi, deixa eu  me barbear em paz por favor, sua voz ta me irritando.

– Olha quer saber? Eu não tenho que te dar explicação, não tenho que tentar me entender com um cara completamente idiota e com o qual eu nem deveria estar falando. Tenha um bom dia, imbecil.

Ela saiu pisando fundo e batendo a porta da frente. Joe suspirou, ele sempre acabava fazendo merda. Ta que dessa vez ela mereceu, mas ainda assim se sentia um filho da puta por ter sido grosso com ela.

Demi foi até o seu apartamento, mas ao chegar a porta, não conseguiu entrar. Ela se lembrou do pesadelo que viveu e travou ali. Sentou no corredor ao lado da porta e abraçou os joelhos. O dia havia começado péssimo e ainda tinha o horror do que viveu estampado em sua mente. Ela deixou lagrimas escorrerem e ficou parada ali tentando se recompor.

Joe tomou banho e se arrumou. Estava com uma calca jeans e uma pólo azul clara, a cor preferida de Demi. Perfumou-se e pegou as chaves e a carteira. Ele ainda precisava levar Demi à delegacia e isso não seria uma tarefa fácil já que ele tinha acabado de ser um babaca com ela, por causa de um cara imbecil. Quando saiu a viu abraçando os joelhos, de cabeça baixa ao lado da porta. Era estranho ela estar ali.

Aproximou-se e sentou de frente pra ela.

– Hey, o que está fazendo aqui sentada?

– Não é da sua conta, por favor, me deixe só – ele suspirou

– Demi, olha só eu fui muito estúpido eu sei, mas tenta me entender. Você me comparou com o teu ex que te traiu. Você me reduziu a um ser repugnante, como queria que eu ficasse?

– Eu não te comparei seu idiota –ela elevou a cabeça para olhá-lo- Eu disse que com ele não costumava ser assim, não que ele fazia melhor.

– Não entendi.

Ela suspirou

– Joe você foi carinhoso ontem, você sempre é na verdade, mas ontem foi mais do que o habitual. Por mais selvagem que seja o sexo que fazemos, você acha uma maneira de ser carinhoso e de me agradar. E ontem você foi... O que eu quis dizer é que isso não acontecia com o Wilmer.

– E isso é bom? – ela sorriu

– Sim, é ótimo. Ele não tinha essa consideração, era tudo muito rápido e frio. Ele não ligava pros meus gostos ou se estava sendo confortável pra mim, perdi a conta de quantas vezes tive que fingir orgasmos porque ele era tão idiota quando fazíamos sexo.

– Você ta brincando, não é? – Joe dizia divertido e ela riu

– Não mesmo, varias vezes. Wilmer é muito machista, ele mal me deixava tocá-lo. O sexo era sempre igual e ele não gostava de me dar prazer, ou de me deixar ficar por cima.

– E como você aguentou namorar esse otário? Sério Demi eu não entendo, porque você é uma mulher tão decidida e incrivelmente gostosa. Eu não consigo entender  um cara que não te deixe ficar por cima, quero dizer isso seria o paraíso. – ele disse aparentemente indignado.

Ela sorriu olhando pra ele

– Não sei Joe, talvez por comodidade, talvez por eu pensar que o amava, talvez por medo de estar solteira aos quarenta pelo fato de ser insuportável – ela fez uma careta e Joe se aproximou e segurou seu queixo fazendo que ela o olhasse

–Você não é insuportável, eu só digo isso pra te irritar, você é maravilhosa Demi e qualquer cara que tiver seu coração vai ser o cara mais sortudo do planeta – ele disse sorrindo de leve e ela acabou com a distância lhe dando um selinho demorado

– Obrigada – sussurrou em seus lábios

– Posso te fazer uma pergunta?

– Pode

– Você já fez ou já recebeu sexo oral?

XXX

Tá, depois de tantos comentários e ameaças de morte. Decidimos postar!