Já
em casa, estava arrumando tudo para o almoço. Estava atrasada, pois tivera que
arrumar um pouco a casa que estava bagunçada, mas daria um jeito, seria rápida.
Quando
já eram mais de meio-dia a campainha tocou e Demi gritou do andar de cima que
era para as meninas entrarem, mas Demi nem desconfiava que não eram as suas
sobrinhas postiças e a amiga que estavam lá.
Ela
limpava o banheiro com as luvas de borracha. Quando ouviu passos por perto já
foi logo dizendo.
-
Meninas, me desculpem, eu cheguei tarde e tive que arrumar a casa, pois estava
um caos.
-
Eu não me importo. – Demi ouviu aquela voz masculina, grossa e que causavam
arrepios pelo corpo dela. – Eu não imaginava que me receberia dessa forma,
depois do que você viu eu achei que nem abriria a porta para mim. – ele disse.
-
O que faz aqui?
-
Vim te ver, vim me desculpar.
-
Não quero suas desculpas, não quero te ver, não quero te ouvir e não quero você
perto de mim. Wilmer, a última pessoa que eu queria ver era você, então, pode
ir. Eu estou esperando visitas.
-
Já percebi. Só que precisamos conversar.
-
Ah, eu até queria te devolver a sua aliança, mas eu sem querer a joguei pela
janela de um carro em movimento.
-
Não vim pela aliança, vim para reatar.
-
Reatar o que? O namoro que nunca tivemos?
-
Como assim?
-
Ora, Wilmer, se quisesse mesmo ter um namoro SERIO não sairia por aí ficando
com todas as loiras que achasse no shopping, não é verdade?
-
Eu não queria que acabássemos assim.
-
Então, por que não terminou antes. Teve dezoito meses para terminar, ou vai me
dizer que estava triste por eu ter te deixado no sábado?
-
É, eu estava magoado com você e por isso fiz aquilo, Demi. Eu ia te contar!
-
E antes disso? Antes de sábado muitas vezes você me deixava para sair com seus
amigos, Wilmer, e eu nunca reclamei. Sempre aceitava suas imposições, sempre
fui fiel e o que eu ganhei em troca? O que foi que eu recebi? Uma traição sua.
E você vinha fazendo isso há muito tempo, porque todo mundo tentava me dizer,
mas eu idiota, não acreditei. – Demi estava calma. Apesar de tudo que
acontecia, ela estava calma. – Vá embora
e me deixe em paz, Wilmer. Por favor!
-
Tudo bem, se é assim que você quer. – Wilmer colocou as mãos no bolso e tirou
um molho de chaves, destacou uma e deixou sobre a mesinha de cabeceira do
quarto. - Está aqui a sua chave. Eu vou, Demi, mas... Eu não vou desistir de
você. – ele saiu do quarto.
Demi
respirou fundo e voltou a limpar o banheiro.
Assim
que Wilmer saiu deu de cara com Caroline, Júlia e Anna que não disfarçaram a
raiva que sentiam dele.
-
O que está fazendo aqui? – perguntou Caroline.
-
Vim falar com a tia de vocês. – ele voltou para o carro. – Podem entrar, ela
espera por vocês.
-
Deixe- a em paz, ok?- Júlia disse mostrando a raiva que sentia daquele homem.
Ele nem deu bola.
Assim
que Demi terminou, ouviu passos no corredor. Foi rápido para lá e falando alto,
quase gritando.
-
Eu já mandei você ir embora! – mas quando viu, eram as suas lindinhas.-
Desculpem, pensei que fosse Wilmer.
-
Nós o vimos saindo daqui. – disse Anna.
-
É... Ele é irritante. – disse Caroline.
-
Meninas, o deixem de lado. Ah, eu estou super atrasada. Perdoam-me?
-
Claro que sim. – disse as três juntas.
-
Eu saí tarde da sua casa, Carol, e quando cheguei aqui minha casa estava de
ponta cabeça. Eu tive que dar um jeito.
-
Deixa para lá, tia Demi.
-
Vocês devem estar com fome, né? Vamos lá para cozinha e enquanto vocês vão
falando, eu faço o almoço. Cadê a amiga de vocês?
-
Ah, ela só vem depois do almoço.
-
Vocês podem adiantar o assunto, eu tenho que dizer que estou curiosa e
preocupada ao mesmo tempo.
Chegaram
à cozinha e todas ajudaram a tia a preparar uma coisa bem rápida: macarrão.
Claro que Demi queria fazer uma coisa mais elaborada e gostosa, mas as meninas
insistiram em comer massa com molhos.
-
Então, me contem! – Demi disse quando colocou a primeira garfada de macarrão na
boca.
As
meninas tinham algo realmente muito sério para falar com Demi, uma olhava para
outra perguntando, ocultamente, quem começaria a falar.
-
Demi, lembra-se da conversa do café da manhã?
-
Qual conversa Carol? De hoje?
- Não, de ontem. – respondeu a menina. - Quando
estávamos falando de sexo e você disse que devemos esperar, lembra? – Demi assentiu.
Ela estava com medo do rumo que aquela conversa.
-
Temos uma amiga... - Anna começou a dizer. – E bem, ela teve um encontro com um
garoto.
-
Nem chegou a ser um encontro, né meninas? – Júlia interrompeu lembrando de algo
que ela não gostava muito. - Ela perdeu a virgindade com o garoto que ela gosta
dentro do banheiro da escola.
-
Tudo bem. – Demi respirou fundo. “Tomando” coragem para fazer aquela pergunta –
É amiga mesmo, ou vocês estão falando que é amiga só para eu não saber que é
uma de vocês?
-
É nossa amiga mesmo. Lembra da...Heloísa? – Caroline respondendo e perguntou.
-
Heloísa não é aquela menina que você disse que gostava do Lucas?
-
É ela mesma.
-
Então... Ela e o Lucas? Eles...?- Demi não conseguia nem raciocinar direito,
muito menos fazer aquela próxima pergunta.
-
Não conta para o Lucas que te contamos, ele nem sabe que sabemos da história e
sabemos mais do que ele.
-
Tudo bem, onde querem chegar com a conversa? Já deu para perceber que o buraco
e mais embaixo.
-
Eles fizeram e fazem isso tem tempo já... E a Helô acha que está grávida,
Demi.- Caroline disse de um modo calma para não assustar ainda mais a tia que
já estava olhos arregalados.
-
Oh meu Deus! – Demi disse incrédula, levando a mão a boca.
Joe
iria surtar! Lucas estava em maus lençóis, pensou Demi.
-
Demi, o que a gente faz? – perguntou Anna um pouco assustada.
-
Deixe-me tomar um ar primeiro. Eu não consigo pensar! – Demi levantou ficando
perto da porta da cozinha fingindo tomar ar. – Lucas sabe disso?
-
Não, ele nem sonha com isso! – respondeu Caroline.
-
Esses garotos não pensaram em usar camisinha, não? – Demi estava a ponto de ter
um enfarte. - Os pais dessa menina sabem o que ela anda aprontando? Porque o
Joe eu sei que não sabia, ele jamais apoiaria o filho sem aconselha-lo... Ou
ia? – ela não sabia que falar ou pensar.
-
Sim, não e não.
-
O que? – Demi perguntou confusa.
-
A resposta para as suas perguntas. Eles usaram camisinha sim, mas mesmo assim,
a Helô acha que tá gravida, a menstruação dela tá atrasada e pelas contas que
ela fez... Bem, batem. Os pais dela não sabem de nada, muito menos o meu pai.
Sabe como ele é tradicional com essas coisas.
-
Caroline, não é ser tradicional. É ser um ser pensante. Raciocina comigo, se
essa Heloísa estiver mesmo grávida, os problemas só vão aumentar. Por isso, te
disse aquilo. Um filho fora de um casamento já uma coisa difícil, imagina
quando são duas crianças cuidando de uma. Vocês não tem ideia do que é ter um
filho! São muitas responsabilidades, por isso existem hora certa para tudo. Têm
tanto tempo para aproveitar a vida e esses dois... Oh, Deus!
-
Desculpe ter colocado no meio dessa confusão, tia Demi, mas quando Caroline nos
contou o que conversaram tivemos a ideia de pedir a sua ajuda. Ela pediu a
nossa ajuda e só pensamos em você.
-
É eu teria feito o mesmo, chamado alguém de confiança. Fico feliz que tenham me
chamado, eu só estou digerindo a informação. – Demi respirou fundo. Voltou a
sentar na mesa tentando ficar calma – Querem a minha ajuda exatamente para que?
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Oie, amores!
Espero que tenham gostado de " Amor Autêntico ". Escrevi com muito carinho e gostaria que registrassem o que acharam.
Posso contar com isso?
Amos vocês <3