Capítulo 27:

No dia seguinte Demi e Caroline estavam no carro em frente a casa da menina Heloísa.

- Pronta para enfrentar a fera? – Carol perguntou.

- Nossa! Ela é tão má assim?

- Sabe o meu pai? Multiplica por dez. – a menina brincou. Demi riu.

- Já vi que ela é o bicho. - saíram do carro. Carol tocou a campainha.

- Eu vou ter que inventar uma mentirinha. – ela disse.

Uma mulher brava com os cabelos todo emaranhado, usava um avental e limpava as mãos em um pano que já estava sujo.

- Você de novo? Todos os dias! Não cansa de vir aqui, não? – a mulher perguntou a Carol, a menina mesmo assim tentou ser simpática e abriu um sorriso.

- Oi, também senti a sua falta. – brincou Carol. – Ah, essa é Demi, a minha mãe!

- Oi dona... – mesmo assustada Demi a cumprimentou.

- Elizabeth.

- Dona Elizabeth, será que eu posso levar a sua filha Heloísa para um passeio com a minha filha? A senhora pode ficar despreocupada, eu vou estar o tempo todo com elas e não vou desgrudar os olhos delas.

- Onde vocês vão? – a mulher perguntou.

- No cinema. – disse Carol.

- De manhã? – a mulher perguntou.

- É o melhor horário. Não tem muitas pessoas e eu não gosto de sair à noite. – mentiu Demi.

Todo o tempo, Demi e Caroline permaneceram do lado de fora.

- Heloísa! – a mulher gritou e a menina desceu. – A mãe de Caroline quer levar você para sair.

- Ah, sim... E eu posso ir?

- Pode sim. – a mulher pela primeira vez sorriu. – Cuide bem da minha garotinha!

No carro as três ficaram em silêncio.

- Heloísa, você pegou os documentos que eu falei ontem? – Demi perguntou.

- Sim, peguei todos escondidos da minha mãe. Lucas disse que iria comigo. – Heloísa disse.

- Ele e meu pai estão nos esperando lá, Helô. – disse Carol. Demi ligou o radio. – Está nervosa?

- Um pouco. – respondeu Heloísa.

- Não precisa ficar nervosa, querida.- disse Demi.

- Demi, você já viu como é a minha mãe, não é? Se ela desconfiar de alguma coisa, ela me mata e ainda me ressuscita para o meu pai me matar de novo.

- Quando você contar aos seus pais, o Lucas vai estar com você.- Demi disse. – Não sabemos se está gravida, ou não Heloísa, ainda temos um fio de esperança, vamos nos agarrar a ela.

Demi estacionou o carro, todos se cumprimentaram e entraram no consultório. Demi foi direto falar com recepcionista, a moça negava com a cabeça, até que Demi pediu para falar com a tal da “amiga” que ia ajuda-la. A recepcionista ainda estava de cara feia, mas fez o que Demi exigiu.

- O que houve? – Joe que estava prestando atenção em tudo.

- A mal educada da mulher não queria que Heloísa consultasse sem o responsável legal.

- Mas que...- Demi tampou a boca de Joe antes que ele soltasse um palavrão. – Desculpa. É mais fácil um jovem usar droga do que fazer um exame. – Joe disse em voz alta, tentando constranger a moça que estava no telefone a poucos metros de distância dali.

-Joe! – Demi repreendeu rindo.

- Mas é verdade. – uma mulher que estava próxima concordou.

Demi e Joe ainda ficaram ali por perto encarando a mulher mal-encarada que estava atendendo ao telefone, até uma mulher baixinha, mais ou menos do tamanho de Demi, e loira aparecer. Demi soltou um “Graças a Deus” e foi abraça-la.

- Demi, que bom te ver! Tem tanto tempo que não nos vemos.

- Eu juro que a minha agenda está a cada dia mais lotada! – Demi riu.- Tiff, Desculpe te procurar só para fazer um favor para mim, mas eu preciso tanto é caso de vida ou morte.

- Eu entendo, você me explicou por telefone. - A mulher loira e de branco olhou Joe mostrando curiosidade.

- Ah! Esse é Joseph Jonas, é meu amigo.

- Sr. Jonas, eu amo as sua matérias. São ótimas!

- Só Joe... Amigas de Demi, são minhas amigas também. – disse galanteador.

- Joe, ela é Tiffany Thornton, ela é minha amiga de infância. Éramos vizinhas de frente e como pode imaginar, ela é obcecada pela nossa revista.

- Eu sei que são destinadas ao jovem, mas eu amo. E como eu tenho filhos jovens, sabe?

- Sério? – Joe perguntou. – Não parece! – Era impressão de Demi ou o Joe estava flertando com a Tiff? Mal sabe ele que ela é casada, e muito bem casada. Pensou Demi.

- Obrigada, Joseph.

- Joe. – ele corrigiu. Demi só não sentia ciúme, porque Tiffany era sua amiga e sabia dos sentimentos dela por Joe e sem contar que ela amava o marido. Nunca o trairia.

- Demi, vocês querem o resultado para hoje?

- É possível? Seria maravilhoso! Ela e Lucas estão com o coração na mão.

- Lucas é meu filho. – agora Joe disse sem se insinuar para a mulher, a preocupação estava estampado em seu rosto.

- Sim, Demi me contou tudo por telefone. Você é o pai de Lucas e cadê a mãe da menina? – ela perguntou.

- Bom, aí que está o problema. A mãe dela não sabe de nada e só vai saber se Heloísa estiver mesmo grávida.

- Então, nós não vamos fazer registro da menina e ela vai ter que entrar comigo. Quero evitar comentários no hospital, entende? Vou fazer um ultrassom e verificar se há algum feto existente. Eu vou fazer uma coisa contra as leis desse consultório, sem o responsável legal dela.

- Isso não vai te prejudicar?

- Não, não vai. O dono é um amigo meu e depois eu converso com ele.

Demi chamou a menina e explicou que Tiffany iria ajuda-la. Alguns minutos depois, as duas entraram no corredor e sumiram atrás de uma porta branca.

- Que frio na barriga! – disse Lucas. – Acho que eu não estou me sentindo bem.

- Isso é nervosismo, Luc.- disse Demi abraçando o garoto.

- Até eu estou ficando nervoso. – disse Joe.

- Ah, você eu já não sei, não é Joseph?- disse Demi irônica.

- Oh, Deus! O que foi que eu fiz dessa vez, Demi?

- Eu ainda não estou acreditando que você estava tentando flertar com Tiffany! Eu sei que ela é linda, mas a situação não é adequada para isso e Tiffany é casada, ouviu? Você é ridículo, Joseph!

- Nossa, papai! Que coisa feia! – disse Carol.

- Eu não estava flertando com ninguém. – mentiu. – Demi, você ficou com ciúmes?

- Cla-Claro que não, Joe!- gaguejou.- Eu... Tiffany é minha amiga, é estranho!

Quase uma hora mais tarde, Heloísa saiu de dentro daquela mesma porta branca. Lucas correu ao seu encontro. E só de ver a menina negando com a cabeça e sorrindo, já era um alivio tremendo. O menino a abraçou e deu-lhe um selinho. Caroline abraçou Demi junto ao pai.

Tiffany se aproximo deles.

- Tem certeza, Tiff?

- Sim, não há criança a caminho.

Na volta para casa, Heloísa não parava de agradecer Demi e de dizer que ela era um máximo. Tudo estava resolvido e todos mais aliviados. Não que não quisessem uma criança, mas as circunstâncias não era boas e estavam longe de serem boas.