domingo, 28 de julho de 2013

Capítulo 41 (penúltimo):



Três dias depois, as três tiveram alta do hospital.
Miley e Selly ajudaram Demi a levar as duas pequenas para casa. Não precisava disso tudo, mas as duas eram madrinhas, cada uma de uma criança e, por isso, queria agradar a nova mamãe. Já na casa de Joe, Mi e Selly não paravam de dar conselhos a Demi, do que deve ser feito e do que pode acontecer. As meninas haviam se esquecido, de que quem ajudavam-nas a cuidar do filhos dela, foi Demi. Demi deixou e aceitava todos os conselhos de bom grado.
Deixou as duas dormindo e deitou-se para descansar. Estava de resguardo e sua barriga as vezes doía.
Quatro meses depois, acontece o que ninguém imaginaria acontecer.
Demi estava cansada, não só por causa das filhas que davam trabalho, mas de ter que cuidar de tudo sozinha. Inclusive de Carol e Lucas, que às vezes decidiam ir à festas sem falar com Joe a deixando maluca. Joe, que não era seu marido, muito menos seu namorado, - não era exagero, era assim que ele dizia. “Demi, é mãe de minhas filhas.” – queria mais do que o necessário. Joe achou que mesmo depois das filhas e tudo mais, tudo ia ser como estava antes, como amigos benéficos. Demi, finalmente, o recusava sempre. Já não dormiam mais na mesma cama, e todas as vezes que Joe tentava algo, ela se afastava.
Demi sabia que assim poderia destruir mais do que a amizade deles.

Laura chorava no quarto, ou melhor berrava. Demi levantou, foi ao quarto e pegou a meninas que parou de chorar imediatamente. Ela só queria colo, devia ter tido um pesadelo ou algo assim.
Demi desceu com o bebe em seu colo, indo para a cozinha beber um pouco de água. Sentou um pouco na sala, estava quase dormindo sentada quando ouviu passos atrás de si. Era Joe com Mariana no colo.
- Acho que Mari está com fome. – trocaram os bebes. Enquanto Demi dava de mama, Joe segurava Laura. – Demi, está brava comigo?
- Acho que “brava” não é a palavra certa. Acho que você está confundindo as coisas, Joe.
- O que eu estou confundindo?
- Eu estou morando na sua casa, por um pedido seu, mas por causa das crianças e não para poder servir de objeto sexual para você.
- Era assim antes. Foi assim que nossas filhas foram concebidas.
- Eu só era um objeto sexual?
- Não essa parte, mas a parte de que éramos mais do que amigos.
- Claro. Era assim antes, mas... eu não quero mais.
- Você sempre diz isso.
- Só que agora, eu estou falando mais do que a verdade. Agora é para valer. Eu me sinto como um objeto em suas mãos, você faz de mim o que quer e depois me larga. É isso que eu não quero. Se quiser sexo fácil, terá de pagar alguém.
- Claro, agora que conseguiu as filhas que tanto queria, não é mesmo, Demi?
Demi não acreditava naquilo que estava ouvindo, que absurdo era esse.
- Acredite no que quiser. – disse ela. E a conversa parou por alguns minutos. – Eu vou embora o mais breve possível.
- O que? Está ficando louca? – Joe disse exasperado.
- Não grita! E eu não estou doida, só acho que ficar morando na mesma casa só dificulta as coisas para a gente.
- Então admite que gosta da nossa relação.
- Não é isso, Joe... É tão difícil entender?
- O que eu devo entender, Demi?
- Nada. Vou levar Mariana para a cama.

Aquela noite foi a última que tivera aquela conversa. Joe não conseguiu tirar da cabeça de Demi a ideia maluca de querer voltar para a casa dela, e foi isso que ela fez em menos de um mês. Contratou uma pessoa para ajuda-la na sua casa, em tarefas domésticas e a cuidar de suas filhas enquanto estivesse trabalhando.
- Demi!- Carol gritou do primeiro andar. – Oi Mari! – cumprimentou a menininha de cinco meses que brincava sozinha no tapete. Voltou Demi com Laura nos braços e ofegante. – O que aconteceu?
- Laura está engatinhando, foi parar lá fora. Essa menina é esperta de mais!
- Vim te ajudar. Meu pai me contou que tem três dias que não vai trabalhar.
- As meninas que me ajudavam, não quiseram mais ficar. Laura berra o tempo todo e não as deixa fazerem nada, nem cuidar de Mariana.
- Nossa, mas Laura é tão sapeca assim?
- Já passou cinco meninas, Carol!
- Sério?
- Estou pensando em trabalhar em casa, agora. Não posso ir todos os dias, elas não dão sossego. Comigo, elas têm uma rotina e eu posso botá-las para dormir, mas quando estão com outras pessoas, elas mudam.
- Talvez seja a melhor escolha. – Carol suspirou e continuou falando. – Eu vim mesmo, por causa de outra coisa. Você e meu pai estão brigados?
- Mais ou menos. Ele vem, e falamos sobre as crianças, mas não temos a mesma amizade de antes de contar tudo o que acontece. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, isso ia acontecer.
- Por que brigaram?
- Bom, é complicado dizer para você.
- Entendo... – disse Carol. – Demi, quando era pequena. Eu via meu pai com um papel na mão, eu fiquei curiosa para saber o que era e peguei o papel. Quando eu aprendi a ler, li o que tinha nesse papel. Descobri que era uma carta, mas eu só tinha dez anos e não entendia muito do que estava escrito. Há mais ou menos uma semana, comecei a fazer uma faxina no meu guarda-roupa, sabe? Jogar o que não presta fora, doar e guardar... Eu achei essa carta.
- Que carta é essa? – Demi achou que era algo relacionado a mãe de Carol e Lucas.
- Era do meu pai, para você. Eu acho que ele nunca te enviou essa carta. – a menina tirou do bolso e entregou a Demi.
Era notável que o papel estava um pouquinho usado. Realmente, era mesmo para ela e assinada por Joe, que nunca fora enviada. Essa carta foi escrita em dois mil e dois.


3 comentários:

Oie, amores!
Espero que tenham gostado de " Amor Autêntico ". Escrevi com muito carinho e gostaria que registrassem o que acharam.
Posso contar com isso?
Amos vocês <3